cantinho da simpatia

30.12.07


os jornais, revistas, livros, sites e tudo o que se pode ler andam repletos de guias para 2008, de finanças, de moda, de horóscopo e, claro, de simpatias. todo mundo conhece as mais comuns, a da lentilha, da romã, da uva, da champanhe, das ondinhas...

não acredito em nada, mas faço tudo, meio que na inércia de que algo tem que ser feito. mas ontem, folheando o caderno donna, li, no meio de uma reportagem, uma das mais mimosas macumbas de que já tive notícia. consiste no seguinte:

na noite de 31 de dezembro, durante a festa, pega um balão e sopra pensando em todas as coisas ruins que aconteceram em 2007 e pra trás. ficou bem cheinho? dá um nozinho e pisa em cima, estourando.

depois, pega um outro balão, da tua cor preferida, e sopra de novo, pensando em todas as coisas boas que tu quer pra 2008. encheu? dá um nozinho e solta ele, uma coisa livre para voar.

é ou não fofinha? ainda mais pra quem, como eu, vai passar o reveilão bem longe de qualquer ondinha...

a gvt me odeia.

27.12.07

passei a vida toda ouvindo histórias de pessoas que se dão bem com as empresas prestadoras de serviços. meu pai, meus tios nunca pagaram uma anuidade de cartão de crédito na vida. quando vinha a cobrança, eles passavam a mão no telefone e lá vinha o diálogo:

- não quero mais esse cartão.
- o senhor fica conosco e lhe damos anuidade grátis.
- ok.

e dava tudo certo.

comigo, não. fico horas com uma musiquinha no fundo. horas. cai a ligação. e a única vez que tentei aplicar, o diálogo foi:

- não quero mais esse cartão.
- ok, senhora.
- tu, tu, tu, tu.

desliguei. na verdade, eu queria o meu cartão, pô.

agora, o meu problema mais urgente é a gvt. cancelei a net – e foi fácil, eles nem insistiram por mim – e estou sem internet. meu telefone é gvt, já tive adsl, sempre paguei em dia, achei que seria uma barbadinha. me mandaram esperar 10 dias. dez dias se passaram e nada. liguei:

- tem previsão pro adsl?
- não tem previsão, senhora.
- mas eu não posso ficar sem internet.
- não tem previsão, senhora.
- mas pode demorar quanto? um mês? seis meses?
- não tem previsão, senhora.
- vou ligar para a brasil telecom e trocar de operadora.
- ok, senhora.

é incrível. eles não dão a mínima.

por isso, esse blog está às moscas. não me perguntem quando vou atualizar. porque não tem previsão, senhores.

fúcsia

13.12.07

eu tinha uma outra coisa pra escrever aqui. mas com essa notícia da agência globo, nem lembro mais o que era.

Casado e pai, aos 21 anos, o entregador pernambucano Leonardo Honorato da Silva está preso em Recife, sob acusação de ter estuprado uma idosa de 75 anos. Ele disse que foi a vítima que o assediou, mas, segundo a polícia e os médicos, não há dúvidas da prática do crime, porque a idosa teve o útero dilacerado. — Forcei muito, nunca peguei uma pessoa nessa idade, mas ela deixou — afirmou Silva, na delegacia, ao ser preso em flagrante depois que vizinhos ouviram os gritos da vítima. A mulher está internada no Hospital da restauração, em Recife, onde passou por cirurgia. Ela deu entrada afirmando ter sido vítima de uma queda. Mas ao examiná-la os médicos constataram a violência e avisaram à polícia. A idosa contou, então, que fora violentada e que não disse antes por vergonha.

do dia de ontem

12.12.07

* aecinho é candidatíssimo. ontem, no tá na mesa, da federasul, fui lá só para assistir à palestra, na qual ele lembra que ele, ele, ele e mais ninguém tem um projeto de governo, e não um projeto de poder, mas que é um soldado do partido e que só sai candidato se assim o tucanato da mais alta estirpe o quiser.
há de querer. o serra anda apagadinho, descendo ladeira abaixo (hein, hein? ok, foi só um trocadilho). e quem era o outro mesmo? ah, alguém aqui me lembra que era o geraldo; bom. se eu não lembrei dele, não devo ser a única.

** derrota feia do governo no senado e o fim da cpmf em dezembro. resta saber agora se há plano b e, se houver, qual será ele. uma pastinha com R$ 40 bi não se acha na rua.

âpideit - solon me avisa que há sim, plano B. delícia.

*** nunca, nunca comam elma chips sensações sabor champanhe. a sensação não é de champanhe. é de que alguém virou um copo de cerveja choca na batata frita no boteco.

do show, da música, dos 30 anos

10.12.07


fiquei mesmo em casa vendo o show dos the police - e que inteiraço está o seu sting, benzadeus.

mas o que queria dizer aqui é que a coisamaislindadomundo é o show do paralamas, que abriu a noite.

passei incólume pelo fanatismo da legião urbana - que sempre achei um saco -, mas fui em tudo quanto foi show dos paralamas na década de 90. amo. e quando vi no multishow, todas as musiquinhas tavam lá - e chorei ouvindo mensagem de amor, que é linda de doer.

a verdade é que show bom é com música que eu conheço e canto junto. música nova eu aprendo nas fm - que to ouvindo cada vez menos, a bem da verdade. uma vez, saiu uma pesquisa na época dizendo que as pessoas, a partir dos 30 anos, ficam menos afeitas a novidades musicais (embora eu ache que isso seja pouco - as pessoas mais velhas ficam menos afeitas a tudo).

por isso que to pensando seriamente em ir hoje no show da graforréia, no opinião. adoro cantar junto e de olhinho fechado, de preferência.

ah

8.12.07

não sou nenhuma fã do de doo doo doo de da da da the police, mas sou uma fã de acontecimentos históricos.

ficarei em casa, portanto. vendo o show e lendo a cobertura da neca no terra.

eu entendo a vera fischer


"DESCONTROLE. 'Certas vezes eu ficava com tanta raiva que tremia e mordia a pia do banheiro... É bem verdade que nunca aceitei ordens, fazia o que me dava na telha. Mas com 2 anos era difícil. Eu era muito nervosa. Na hora de dormir, minha babá me dava uns comprimidos chamados Luminaletas, receitados pelo médico.'"

não, esse singelo depoimento de uma infância não é da von richtofen. é da vera fischer, um trechinho da autobiografia.

ok, boletas aos dois anos culminaram numa cara que nem a dessa foto aí do lado e explicam MUITA coisa da musa.

a silvinha fez uma bela matéria pro caderno vida (não consegui achar no zerohora.com) desse sábado, que mostra que os pais andam com uma preguiça danado dos filhos. a ritalina, remedinho tarja preta pro déficit de atenção, virou a balinha mágica que faz o filhinho estudar, ficar comportado, concentrado, em suma, um geninho. tem um filiminho massa (copyright 1990) chamado thumbsucker, em que o guri é mega dda, toma ritalina, vira um gênio da matemática, larga os comprimidinhos e... vale a pena ver.


enfim, temo pelo futuro da humanidade emboletada, vivendo num vera-fischer-style. nem todo mundo tem esse glamour.

charlatã sou eu

7.12.07

tenho a impressão de que algum grandão da globo foi enganado por uma vejo-passado-presente-futuro-trago-a-pessoa-amada-em-três-dias. senão, vejamos.


um dos telejornais mais assistidos do país há dois dias exibe matérias loooongas sobre uma véia-vidente que diz que é sobrinha da madre tereza de calcutá (mas que carinha de pau, hein) e extorque dinheiro dos incautos.


mas peralá. QUALQUER vidente faz charlatanismo. tudo quanto é poste de porto alegre, quiçá do brasil tem cartaz de mãe fulaninha que tudo faz mediante uma graninha; então por que será que encarnaram nessa infeliz? que grande matéria é essa que faz a cristiane pelajo reclamar que algumas pessoas dizem ter entregue até 140 mil reais por um trabalho?

aí tem. não vejo a hora que alguém descubra (veja?) quem foi o figurão da globo que caiu no conto da pessoa-amada-em-três-dias...

deus vê tudo

21.11.07

fui abastecer o auto hoje de manhã. prosaico, portanto. parei no posto ipiranga da rótula da carlos gomes com a protásio.


eu - ó, moço, onde tem álcool? (sim, eu só abasteço com álcool, para proteger a natureza. 'mas aí morrem bóias-frias, usineiros enriquecem em vai faltar comida no mundo'. eu sei. mas enquanto não comprar uma bicicleta, é assim que é.)


ó, moço - ali na frente. ele já vai sair.


paro do lado. to megamotherfucker atrasada. o ó, moço abastece a fiorino, abre o capô (ele deve ser o único que concorda em verificar-a-água-e-o-óleo), olha, olha, nada. termina de abastecer, o cara paga com cartão, demora, demora, demora. vou colocar o carro e um incauto estaciona no lugar.

ó, moço - moça, ele já tava antes, vai abastecer rapidinho.

eu - #&%¨&, mas que %¨&($, por que não me avisou?

mesmo assim, espero. espero. espero. termina. estaciono e pergunto:

eu - nada mais vai me impedir de abastecer?

ó, moço - rê, rê, não, moça.

bufando de fúria, enquanto abastece, vou no caixa eletrônico pegar dinheiro. pego. na hora de pagar, por alguma razão minha bolsa nova se engancha na minha blusa tomara que caia.

e caiu.

foi um átimo de segundo. mas paguei peitinho pro ó, moço em plena protásio alves.

bem feito pra mim.

esses publicitários e suas agências maravilhosas

9.11.07


o tião fez no blogui dele uma descrição muito pertinente sobre o estereótipo do publicitário - com seus cabelos metodicamente bagunçados - e sobre a verdadeira guerra civil que se abateu entre os funcionários das concorrentes escala e dcs no salão da propaganda após a troca de agência da conta da colombo, que vale nada menos que 50 milhas anuais.

como o tião, também achei esquisito que os colegas - o baixo clero, como ele chamou - se digladie, vestindo a camiseta da agência. até porque publicitário troca muito mais de emprego que jornalista. mas só num primeiro momento. porque depois, pensando melhor, pra eles faz todo o sentido.

o jornalista, como eu e o tião, não estamos diretamente envolvidos no lado comercial da comunicação. exceto por uma ou outra pauta 500, estamos alheios ao dia-a-dia dos anunciantes.

se o zaffari parar de anunciar na zero hora, muito provavelmente não haverá uma reunião da direção com a redação, explicando que, a partir de agora, haverá cortes para se adequar ao novo momento financeiro.

os publicitários, diferentemente de nós, jornalistas, têm uma visão bem mais completa e pragmática do negócio com o qual trabalham. o compromisso deles é com a empresa e não com o leitor - e isso sem romantismo: o problema, a preocupação do jornalista é o leitor SEMPRE, é ele que compra jornal, abre site, folheia revista. e é ele que faz valer a pena anunciar em determinado veículo.
de qualquer forma, talvez ele tenha se chocado com o formato do salão da propaganda. amiga e irmã de publicitários, via a preparação, a empolgação que antecede os dias da "festa mais afudê do mundo" que é o tal de salão, que tem um ingresso caro afu - agora, não sei quanto tá, mas era uns 150 paus.

até que, um belo dia, fui pautada para cobrir o salão. acompanhei a premiação, passei a matéria por mail e, uma da manhã, pensei: agora vou curtir a tal de melhor festa do mundo. tolice a minha. o clímax já tinha passado, todo mundo já tinha enchido a cara e a festa terminou.
definitivamente, eu não sou o target. (mas ok, se todos eles tivessem aquela carinha ali em cima, repensaria...)

gentileza não gera gentileza

6.11.07


meu pai diz que vou tomar um tiro no trânsito, que sou muito estressada, não deixo passagem pra ninguém, atolo a mão na buzina e corto a frente dos mais lerdos.

mas eu to tentando mudar desde que ele presenciou um pedestre quebrar a porta de um celta a pontapés no centro de porto alegre e sair correndo, deixando pra trás, em prantos, uma motorista que cometeu o crime de buzinar pra o agressor. afinal, como todos sabemos, quem tem, tem medo.

hoje, peguei um engarrafamento de 40 minutos pra chegar no trabalho. mesmo atrasada, deixei um carro trocar de pista porque tinha um ônibus estragado na frente dele; deixei uma pedestre atravessar pelo meio dos carros gentilmente; deixei dois carros saírem das garagens na minha frente; deixei uma lotação sair da joão abbot; deixei um senhor atravessar a rua com um saco plástico com um pimentão dentro e um diário gaúcho embaixo do braço; deixei uma senhora sair da rua do barranco e passar na minha frente. pra completar o ataque de bom humor, deixei dois pedestres atravessarem a rua a duas quadras do trabalho.

não adiantou nada. a 50 metros da firma, um caminhoneiro me mandou tomar no cu e atolou a pata na buzina porque eu queria estacionar e ele colou atrás de mim.

deu de bom humor no trânsito. eu bem que tentei.

da série perguntas sem resposta

30.10.07


não são as grandes questões que assolam a humanidade, são apenas perguntas que não consigo responder sobre mim mesma - e já são suficientemente intrigantes pra eu me preocupar com o "de onde viemos e para onde vamos".

- por que eu trabalho 12 horas por dia todos os dias achando que isso é a coisa mais normal do mundo, gostando ou não, querendo ou não, e não consigo dedicar MEIA HORA a uma caminhada ou corrida ou pedalada (porque nadar eu não sei mesmo) porque acho que não tenho tempo?

- se EU SEI que preciso tomar remédio e comer direito pra não ter azia constante nem estourar minhas úlceras (sim, são duas), por que eu não faço nada disso e depois tento dormir meio sentada pra não engasgar com o refluxo queimante?

- com que cara eu posso reclamar que minha mãe fuma duas carteiras de cigarro por dia se não consigo deixar o chocolate?

- por que diabos ler não emagrece e garante a longevidade?

uruguay

24.10.07

ontem, fui pela quarta ou quinta vez na mais nova pizzaria uruguaia de porto alegre, a punta del diablo. pizzas excelentes, massa fininha e crocante, quadradas e regadas a cerveza patricia (a mais de 10,00 a garrafa, um sofrimento, mas recompensado - tava bem gelada).

definitivamente, o uruguai está na moda. o barranco, ali do lado, reunia um público relativamente pequeno para uma quarta-feira quente. mas não era falta de vontade do povo de comer carne. saindo dali, passei pela frente da parrilla del sur, na nilópolis, que bombava e tinha fila às 11 da noite.

e eu que ainda não conheço. bela desculpa pra visitar minha prima e conhecer a filhinha dela, que já tem um ano.

jornal de ontem

23.10.07


são 6 horas e meia por dia, cinco dias por semana, cerca de 130 horas todo mês de dedicação.

para 24 horas depois, virar embrulho do cocô da preta.

sim, isso é verdade. mas também é uma metáfora.

sou mais eu

19.10.07


hoje, encontrei um site bem por acaso, no qual as pessoas, anonimamente, expõe seus mais recônditos segredos às vistas de todos que o visitam, e que depois podem postar comentários à vontade. ali tem desde o rapaz noivo que sonha em transar com um travesti à menina que afirma apenas "fiz um aborto", talvez na tentativa de encontrar alguém mais que passe pela mesma situação e que poste uma palavra amiga.

não é novidade que as pessoas estão obcecadas em falar de si - mesmo os anônimos estão em busca de audiência, e, de preferência, de um grande público. todo mundo quer contar seus problemas, expor suas opiniões, seja num blog, como esse aqui, seja no sofá da márcia goldschmit.

depois de todo mundo, como de costume, o jornalismo está desembarcando fortemente nessa tendência. portais de notícia, como o terra e o novíssimo zerohora.com, dedicam grandes espaços às colaborações de leitores. poderiam se limitar à uma fotografia do pôr-do-sol no guaíba ou emitir uma opinião, mas vão além: produzem suas próprias reportagens, como na iniciativa vc repórter, do terra, ou da revista sou + eu, da editora Abril, feita exclusivamente da colaboração de leitores.

em troca de dinheiro ou não, o cidadão comum, sem necessariamente ter noções claras do jornalismo como o aprendemos, vê-se diante de espaços cada vez maiores para retratar a seu modo a sua realidade, que, ao que parece, o jornalismo como o aprendemos não foi capaz de fazer. de um passivo receptor, ele virou agente ativo da produção de conteúdo. e um grande gerador de audiência: o povo quer se ver na tv, na internet, nas páginas do jornal.

conclusão: infelizmente, nenhuma. ainda não li nada sobre o assunto. mas ando com o pé que é um leque (in: BARRETO, Carlos) para fazer um mestrado, quem sabe não vou por aí? mais batido que maionese, mas quem se importa?

chefias

18.10.07

as demissões são sempre traumáticas, pelo menos pra mim. fui demitida uma vez (de O Sul, o que não é nenhuma vantagem - aconteceu com quase todo mundo); nas demais oportunidades que troquei de emprego, e não foram poucas, a demissionária fui eu. mesmo assim, choro que me lavo.

meus chefes sempre ficaram tristes - ou fingiram lindamente. não que eu seja a última bolachinha do pacote no que tange à competência, mas acho que sou querida, sei lá.

menos uma vez. essa demissão foi surreal. lembro até o diálogo.

Na sala do chefe:

Eu - Preciso falar contigo.
Chefe - Sim?
Eu - Recebi uma proposta de emprego.
Chefe - Se é melhor que aqui...
TRIMMMM
Chefe - Sim?
Silêncio
Chefe - Blábláblá
Eu - ...
Cinco minutos depois:
Eu - ...
Dez minutos depois:
Eu - ...
Eu - Quer saber? Depois falamos
Dez minutos depois, na minha sala:
Chefe - Tu viu uma fatura de pagamento?
Eu - Todas as faturas que recebo coloco na tua mesa.
Um minuto depois, na sala dele:
Eu - Escuta, tu não tem nem curiosidade de quando eu vou sair? Não que tu vá ficar com saudade, mas pelo menos para te organizar.
Chefe - ... e quando vai ser?
Eu - Dia 14 é meu último dia.
Chefe - Ok. Seria bom que outra pessoa já entrasse antes.
Eu - Pois é.

E assim deu-se a minha demissão. Tsc, tsc

(para ouvir ao som de emoções, do Rei)

11.10.07

nunca fui madrinha de nada. nem de casamento, nem de batismo, nem de bateria de escola de samba. não tive muitas amigas que casaram, tampouco que tiveram filhos – minhas duas irmãs já prometeram seus bebês uma para a outra: como sou impopular. e, apesar de a minha carreira de modelo, atriz, cantora e apresentadora ser um sucesso, ainda estou aberta a propostas de escolas de samba, blocos carnavalescos e grupos de axé.

nesta sexta-feira, no entanto, graças ao esperado enlace do márcio e da mariella, vou perder a virgindade como madrinha. vou subir no altar – provavelmente pela última vez na vida – e ver a cerimônia por outro ângulo, que me impedirá de fazer piadinhas em voz alta para disfarçar a emoção.

e é óbvio que será emocionante. porque vou me lembrar de vários momentos que vivi com os dois, primeiro um sem o outro, depois os dois juntos. vou lembrar do márcio discutindo de cuecas com o caseiro da casa na pinheira. também vou me recordar da mariella, cheia de pontos na barriga, me pedindo pra não fazê-la rir, poucas horas depois da cesariana que trouxe a elisa ao mundo, em canoas. e de tantos outros momentos que poderão me fazer chorar e arruinar a maquiagem!

parabéns, lella e márcio. que vocês sejam muito felizes e continuem sempre na minha vida.

sobe o som

parã, parãrãrã, parã, parãrãrã, rãrãrã...

ATUALIZAÇÃO - fiz a gentileza de ligar pra noiva no meio do casamento no civil hoje. como ela mesma disse, "não te conformaste em ser madrinha só no religioso, né, cla?" que vergonha.

vejo e não morro tudo

9.10.07

minha carteira de motorista vence em 48 horas - contando com o mês de tolerância, é claro. procrastinei o quanto pude, mas hoje, sem falta, vou numa auto-escola ler as letrinhas na parede.


não me dei conta que estava tão perto de expirar o prazo. é que isso só meu causou um problema dia desses, indo para são paulo. no aeroporto internacional salgado filho, a sorridente mocinha do check-in disse que eu não podia embarcar. motivo? minha carteira de motorista havia vencido há alguns dias. ainda tentei argumentar:

- mas o detran dá um mês de tolerância para usá-la.
- pois é, mas a anac não permite.
- ahn... moça... eu não pretendo pilotar o avião. só quero entrar dentro dele.
- infelizmente... seguinte!

tive que ligar às pressas pra minha mãe levar minha identidade toda descascada. e deu tempo de embarcar.

esse vencimento não me preocupou, porque nunca pensei que fosse enfrentar algum dissabor por causa dele. uma coisa que poucas vezes deixo vencer, no entanto, aparentemente não faz diferença nenhuma: a depilação da virilha.

são 30 reais, a cada 15 ou 20 dias, regados a muito sofrimento. esse texto, que fez meus amigos homens darem risada, tá bem certinho, é isso aí. mas um deles levantou a questão: "muito mais importante que a depilação bem-feita é a calcinha", no que foi seguido pela esmagadora maioria masculina.

e, ao contrário do que se possa pensar, não é uma calcinha de seda, rendada, com uma abertura na virilha. é uma prosaica calcinha "simples, de algodão, limpinha e simpática", MUZELL, Rodrigo.

impressionante. ainda há muito que se aprender sobre os homens nesta vida.

(im)paciências do cotidiano

4.10.07


interlocutor - tu fez faculdade na ufrgs? uma amiga minha também. se repente, vocês se conhecem.

eu queria - claro. a ufrgs só tem uns dez, onze mil alunos. im-pos-sí-vel não conhecer tua amiga.

e eu fiz - olha, que legal! de repente... como ela se chama? humm, não conheço.

---

interlocutor - eu gosto de ipanema. mas agora que o metrô chega lá, tá uma negrada.

eu queria - sim, hitler.

e eu fiz - hmm.

---

eu - onde tu andava?

interlocutor - acabei de cagar o risoto de ontem.

eu queria - o b r i g a d a

e eu fiz - o b r i g a d a (com esse não tem problema, é de casa. mas francamente.)
---
(nada a ver com o assunto, mas achei a charge ótema. está no site chistes comentados)

topicozinhos de ontem

3.10.07

- fui a última a entender o cd, o dvd, os telefones fixo e celular. não podia ser diferente no maravilhoso mundo da banda larga. mas até que me virei direitinho, viu, tio solon?


- fomos no show do black eyed peas (valeu, álvaro!). eu era a única barra 79 em um raio de 20 metros. maria paula comprou uma cerveja e o barman pediu desculpas por ter que colocar o conteúdo da long neck em um copo de plástico. mas tava muito divertido. fergalicious. destaque para o momento sweet child o'mine, com fergie de boné, imitando axl - vicente morreria. (aliás, momento mulherzinha: ela tá com um corpão, mesmo de leggin de lamê dourado. não nesta foto de bruno maestrini, do terra. mas em parte do show, tava.)

- rapazes: não, não se deve deixar claro pra uma mulher que estamos prospectando qual o seu objetivo. ela sabe. não precisa dizer com todas as letras. não sejam burros.

do job e das férias

1.10.07


trabalhei horrores nesta semana que passou e hoje estou curtindo uma merecida folga em casa, de pijama de ursinho.

parece que virou praxe reclamar do emprego, achar os chefes um saco, o trabalho um horror, os colegas umas malas. mas eu adoro o meu emprego. acho meu chefe um cara genial - creiam, ele JAMAIS lerá meu blog, portanto não me acusem de puxa-saquismo.

acho (a maioria) dos meus colegas bacanas. se tem uma coisa que dá pra reclamar, é do salário. mas aí é um problema generalizado do jornalismo.

taí. devo ser a única jornalista de porto alegre que vai trabalhar cantarolando de segunda a sexta. e em um reles domingo por mês.

passinho à frente

28.9.07

desenvolvi uma certa ojeriza a multidões com o passar dos anos. de macaca de planeta atlântida - cheguei a dormir encostada em um muro -, virei uma comodista. show? se for bem sentadinha ou em camarote, de preferência. praia? isolada, por favor. shopping? segunda-feira de manhã, sem falta.

sim, estou velha e ranzinza aos 28 anos. mas imaginem daqui a 40, quando eu tiver com 68: vou ter que enfrentar a cotoveladas 240 milhões de pessoas no País. e com o aquecimento global, a rua da praia vai estar num calor de rachar.

por favor, gente. vamos parar de fazer filhos aí. o futuro do brasil está em nossas mãos.

bem cuidado, tia

27.9.07


simplesmente não consigo guardar mágoa. juro, não consigo.

parece uma coisa tão linda, nossa, viver sem levar mágoa de ninguém. o cara me xinga, me sacaneia, me passa uma rasteira bem bonita, me faz uma merdinha qualquer e lá vou eu, sem ficar puta, nem nada. ainda converso e dou beijinho. mas nem é por superioridade, é que me sobra patetice pra achar que "não foi nada demais".

tudo isso é porque estou prestes a pedir perdão pro guardador de carro aqui da rua da firma 1. dia desses, estou dentro do carro, no celular, e o cara dê-lhe encher o saco, gesticular, puto da cara. quando o flanelinha (foto) bateu no vidro, aí, me mordi. ele queria que eu estacionasse mais pra frente. ok, mas custa esperar? dei um esporro.

isso já tem algumas semanas. e todo dia eu passo por ele, não preciso mais dar dinheiro, ele não risca meu carro nem nada. qualquer pessoa acharia isso uma sorte danada. mas eu fico morrendo de culpa.

só não falei nada ainda porque tenho mais vergonha que culpa. vá que ele seja rancoroso...

revendo os conceitos

25.9.07

não nego: sempre fui megapreconceituosa em relação a são paulo. poluída, feia, suja, trânsito da casa do inferno (copyright maíra carvalho - todos os direitos reservados).

mas, de uns tempos pra cá, to achando que mudei de idéia. tanta coisa pra fazer, pra comprar, pra visitar... e tanto lugar do caralho pra trabalhar, principalmente.

ok, é fácil gostar de são paulo indo na vila madalena, ficando em hotéis, sem pagar táxi. mas to cogitando essa idéia, impressionante. mordi a língua.

intervalinho

24.9.07

Saiu na revista Época Negócios:

O e-cigarette é um interessante aliado para quem quer parar de fumar. Parece um cigarro e oferece a sensação que ele proporciona, sem os malefícios. Funciona com pilhas e descarrega nicotina de tempos em tempos, como os adesivos e chicletes. Diferença: simula o ato de fumar. Preço: US$ 200 www.ruyanchina.com

Isso comprova a minha tese de que, mais do que viciados em nicotina, os fumantes não conseguem se desvencilhar do hábito de segurar o cigarro entre os dedos. É aquela muletinha, que te dá o que fazer e com o que ocupar as mãos.

Não fumo, mas morro de inveja dos fumantes, que saem por 15 minutinhos do trabalho e confraternizam na rua. Ninguém me chama pra ir lá fora. Pra participar deste evento social, já fui lá fora com eles pra mascar chiclete, tomar água ou só conversar, mas como poderia fazer qualquer uma destas coisas sentada no meu lugar, e de preferência trabalhando, me sinto meio deslocada.

Não vou chegar ao ponto de começar a fumar - aos 28 anos, seria de uma burrice ímpar. Mas também quero brincar lá fora.

achei importante fazer o registro

21.9.07

*** trabalhar no feriado é chato. mas se o feriado cai numa quinta-feira, trabalhar na sexta é de chorar. ***

retomando o blog com um dedinho de prosa

19.9.07


resolvi aproveitar a geladeirinha da firma pra resolver dois problemas crônicos: o meu atraso de pelo menos vinte minutos todas as manhãs para tomar café e a qualidade do café propriamente dita, que era tomado em casa às pressas, em pé.

pois isso já tem algumas semanas. e, tendo em vista que moro com outras cinco pessoas, nunca me ocorreu que pães de sanduíche, litros de leite e frios estragassem tão rapidamente quando dependem de um só comensal. sim, mesmo fechados e/ou na geladeira, mãe.

o estrago já contemplou um pote de requeijão, umas dez fatias de pão light westphalen, pacotes fechados de blanquet de peru e meio litro de leite, pelo menos, além de alface e tomate.

hoje, me rendi ao leite em pó, com margarina, que não azeda, e torradinhas, que não mofam. tão sem graça, mas, mesmo assim, compensam o acordar um bocadinho mais tarde.

pelo menos a piada se salva

12.6.07


lá em casa, temos a mania de só dar parabéns depois do horário que a pessoa nasce. pois bem.

nasci às 11h15 de uma manhã fria de terça-feira, em rio grande.

28 anos depois, às 11h, eu atravessava de carro a avenida taquara quando fui abalroada por um motoboy.

o amassado foi feio, mas o motoboy alex não sofreu nenhum ferimento. chamei a eptc.

às 11h15, exatamente, um azulzinho toma minha carteira de motorista em suas mãos para copiar os dados para o b.o.

ele lê a data de nascimento. olha para mim com um ar canalha e diz:

- parabéns.

do casamento, da intimidade...

31.5.07


a arte de comer fora de casa

30.5.07


a idade está chegando e mesmo assim não consigo me comportar dignamente em restaurantes. ok, parei de desaparafusar a tampa do paliteiro, de fazer um mix de refri, farinha, sal e vinagre num copo e de juntar duas cadeiras pra dormir enquanto os adultos conversam. mas continuo fazendo bonito no mau comportamento e, por sorte, carregando comigo gente que faz igual ou simplesmente não se importa. senão, vejamos três pequenos exemplos:

- EL VIEJO PANCHO - há cerca de duas semanas, derramei um copo de cerveja por cima de um de coca-cola e os dois despencaram em cima da carteira nova que uma amiga havia trazido da europa uns dias antes;


- SPINA - fizemos piadas com o garçom na frente dele, gargalhamos histericamente, a maíra deve um engasgo praticamente fatal e recebemos um olhar horrorizado de uma senhora acerca da pauta politicamente incorreta que debatíamos alguns decibéis acima;


- SALVIA PIZZA - neste foi pouca coisa. só desmanchei as bolachas de chope até virarem papel reciclado;

- SALVIA PIZZA, A MISSÃO - desta vez, a má-criação não foi minha, mas acho de suma importância registrar.

pedimos 3 pizzas grandes entre 7 pessoas. comemos a primeira toda. chega o garçom, piadista afú, deve ter saído de um rodízio.

garçom sério, muito sério, sério mesmo - não gostaram da pizza? eu levo embora.
acabamos com as pizzas, ele voltou à carga:
garçom sério, muito sério, sério mesmo - não querem uma pizza doce?
todos, em uníssono (tá, não é verdade, mas seria engraçado) - nãaaaaao
garçom sério, muito sério, sério mesmo - uma média de morango dá uma fatia pra cada um e sobra um pedaço pra mim.

pedimos a pizza, comemos. no final:
garçom sério, muito sério, sério mesmo - ué, não vão querer sobremesa?

e na hora da conta:
garçom sério, muito sério, sério mesmo - só não aceitamos cheque de são paulo (para uma pessoa que preenchia um cheque adivinhem de onde?)

se eu vier a faltar

29.5.07


freud (de barba, ao lado da mãe, Amalia Nathanson) estava certo. a culpa é sempre da mãe.


quando eu estava na primeira série, em 1986, quase rodei por falta. tive 45 ausências no ano letivo, que tiveram que ser muito bem negociadas com as freiras do santa inês. é que, quando tava frio, minha mãe não me levava no colégio. e olha que eu estudava de tarde.


na segunda, não melhorou. a incubência de me levar pro colégio caiu nas mãos do meu pai, uma pessoa que não considera meia hora atraso. meu pai me ensinou a tomar café em pé na pia pra ser mais rápido. invariavelmente, eu chegava depois do horário. pra uma tímida patológica, um drama terrível, já tava todo mundo sentado e eu chegava depois. neste caso, se poderia argumentar que a culpa é do pai, mas que foi a louca que me deixou nas mãos dele?


ou seja, só pode vir daí essa vontade louca de matar o trabalho e a aula no inverno, e essa mania de estar sempre correndo atrás do relógio. se um dia eu vier a faltar, como dizia o dr. roberto marinho, não me culpem: reclamações no guichê da dona katia.

por favor, aceite esta manga

28.5.07


confesso que tinha enchido o saco do orkut. muito spam, muita gente que eu não conheço tentando ser minha amiga (pra que, meu deus?), parecia que tudo o que tinha pra acontecer, já tinha.

qual não foi a minha supresa quando vejo agora que a única alegria da minha vida - pelo menos até esse frio de matar polaco terminar - é entrar em comunidades bizarras no orkut. "sofri um acidente geográfico", "niilismu miguxu", "confabulando até o chão", "maratona de tetris humano", "por favor, aceite esta manga" são algumas das tribos a que me associei nos últimos dias. sem participar, claro. só saber que estas imprescindíveis comunidades que reúnem pessoas com tanto em comum estão ali, ao alcance do mouse, me faz mais feliz.

não contente em me divertir sozinha com isso, fico deixando scraps para os amigos com indicações bizarras. se tu é meu amigo no orkut, não se espante e, por favor, aceite esta comunidade.

xô, eufemismo

27.5.07

as pessoas têm que ser mais claras com o que querem, eu simplesmente não entendo eufemismos – e não sou a única. taí a maria paula (assim que tiver tempo, lincarei aqui o maravilhoso blog dela, www.banhodeloja.blogspot.com) que não me deixa mentir.

sábado último, aboletamo-nos para assistir ao show da gilez (www.gilez.com.br) nos sofazinhos do vermelho 23 – mi-ra-cu-lo-sa-men-te vazios. na primeira cerveja, senta uma menina do lado da maria, se vira pra gente e dispara, solene:

- oi, gurias, hoje é meu aniversário.

a maria, simpaticona, diferente de mim, que simplesmente ignorei a guria, diz, prontamente:

- olha só, parabéns!

se vira pra mim e pergunta:

- tu conhece, clá?

e eu sacudo a cabeça, em negativa efusiva. a menina volta à carga:

- olha só, o que eu quero dizer é que é meu aniversário e eu reservei esse espaço aqui há um tempão.

e nós, ainda sem entender, sacudimos a cabeça afirmativamente, grunhimos uns “ah, legal”

- eu queria dizer que eu reservei o lugar pra receber meus amigos.

e TUM, finalmente cai a ficha aqui. digo:

- aaaaah, tu quer que a gente vá embora?

- não, não é bem assim, espero que vocês entendam, gurias.

e a gente passou o show todinho de pé, fazendo quentinho no corredor. pior que tava bem melhor que sentada, juro.

melancolia na sexta de noite*

25.5.07

estou de saco cheio de ser adulta. de saco cheio de ter contas a pagar, de ter que tomar decisões, de ter que acordar cedo pra trabalhar e dormir tarde porque tava trabalhando. confesso, eu quero que a minha mãe não deixe eu sair todos os dias, que o meu pai reclame da saia curta. quero ir pro colégio, matar o quarto período depois do recreio e comer um enrolado de presunto e queijo na padaria com a talita e a juliana - as minhas amigas do colégio que eu infelizmente nunca mais vi.


isso tudo porque acabo de me dar conta que não passei o valor do inss de um emprego pro outro; que não paguei a fatura de um cartão que vencia hoje; que preciso pagar o contador, aliás, que preciso fechar a minha empresa; que to com gastrite; que to cheia de dúvidas e tenho que tomar decisões; que não vou fazer nada daquilo que eu queria nos próximos dias...
*excepcionalmente, não tentarei ser engraçadinha. voltaremos com a nossa programação normal.

campanha deixe um cd bizarro pelo mundo

15.5.07


tenho a mania chata de não identificar os cds de mp3. chata pros outros, porque acho ótima a supresinha “hum, o que ouvirei agora?”


vindo pro trabalho, abri o case de cds, tinha um em branco que não era lá muito familiar. é esse, enfiei no som. e toca o setlist, mais ou menos na forma que segue:


doida demais – de os normais
toda forma de poder – engenheiros do hawaii
cidade maravilhosa – a marchinha
um tapinha não dói - o funk
carruagens de fogo – a lenda
mc sargento - a genialidade


e por aí afora, donde me surgiu a idéia de criar uma campanha: deixe um cd bizarro pelo mundo. grave suas músicas mais constrangedoras, engraçadas, divertidas e abandone em praças, bares, livrarias, consultórios dentários. faça o dia de alguém mais feliz. quem deixou esta pérola no meu carro, certamente deixou o meu.

ó, dia, ó, céus

11.5.07



ruim - ficar gripada. fico com um mau-humor muito além do aceitável.
pior - ouvir o diálogo abaixo mil vezes por dia:
eu - atchim!
alguém 1 - saúde. bá, tu tá te gripando. (não brinca)
alguém 2 - também, com esse tempo louco, ninguém escapa. minha prima (tia, filha, irmã) está de cama.
alguém 1 - toma um chá (um naldecon, um melagrião).
eu - atchim!
alguém 1 - parece rinite. tu não tem alergia?



... o tempo é curto e estamos quase já com 30

9.5.07


bem-aventurados os boca-abertas, que deles é o reino do senhor

2.5.07


vou revolucionar a teologia com um caso empírico: deus não gosta mais das criancinhas nem dos pobrezinhos. ele gosta é dos boca-abertas.

já deixei cair meu celular embaixo de um ônibus em movimento, e ele freou em cima. perdi as contas de quantas vezes deixei os vidros do carro abertos na rua. dia desses, três horas depois de chegar no trabalho, o guarda me ligou e pediu que fechasse os vidros - porque ia chover. deixei o carro com a chave na ignição às 23h em frente à uma farmácia na bom jesus.
coincidência? acho que não.
hoje, pensei que o milagre ia cair por terra. sexta-feira, abasteci o carro num posto br na protásio. como estava dura, coloquei 50 reais, paguei no redeshop, belezinha, fui pra vida.
corta.
cinco dias depois, estou adiantada para o trabalho, o que fazer? pus-me a limpar a bolsa. tirei todos os papeizinhos de dentro e deixei numa mesa lá em casa pra jogar no lixo.
corta.

no trabalho, toca o telefone:

- fala mãe
- clarissa, tu colocou gasolina no carro sexta?
- sim
- é que tu pagou 500 reais.
- ...
um zero a mais e eu tinha pago por gasolina suficiente para abastecer meu ônibus espacial e não meu pobre palio. me apavorei, saí do trabalho abanando as tranças, no caminho pensei em como resolver o problema, chorando, rastejando, implorando...?

estacionei calmamente, de óculos escuros, desci do carro pronta pra briga.

- mas eu estava só esperando a senhora!, grita o frentista, de braços abertos. e me dá os 450 reais em dinheiro.

obrigada, senhor, protetor dos boca-abertas.

literatura

1.5.07

ninguém me perguntou, mas li no blog da márcia (e olha a preguiça de lincar de novo, desculpaí, gente) uma corrente pra listar os cinco personagens da literatura que eu traçaria. esta corrente de mail é sensacional, dificilmente se repetirão os personagens, porque literatura, como a gente bem sabe, cada um imagina como quer.

como a márcia listou com maestria o povinho internacional, vou falar dos brasileiros, que, como todo mundo sabe, é o povo mais quente, que mais transa e que mais mente no mundo. Como eu leio muito, mas tenho memória de peixe dourado, listarei os 4 que me ocorrem.

1. Mandrake, de vários livros do Rubem Fonseca, como A Grande Arte. Detetive irônico, sexy, canalha e muito, muito inteligente. Meu tipo horrores.

2. Rodrigo Cambará, de O Tempo e o Vento, do Erico Veríssimo. Tanto o Capitão (sem a cara do Tarcísio Meira, thank you very much, globo) quanto o doutor, traçava certo. Os dois têm um jeito divertido e sem compromisso de encarar a vida, hedonistas (o doutor ainda carrega alguma culpa no coração, mas o capitão...) Sem contar que tenho uma tara por bombachas. Pronto, falei.

3. Vadinho, de Dona Flor e Seus Dois Maridos, do Jorge Amado. Eu já gostava dele antes de ser o José Wilker. Mas, quando ele virou o Edson Celulari, nossa, sem condições. Boêmio, jogador, seresteiro e galinha. Procura-se vivo ou morto.

4. Vasco, não o time, mas o primo da Clarissa, do Erico Veríssimo. Não queria repetir escritores, mas este entra por razões sentimentais. Além de ele ser idealista, forte, meio bicho-do-mato, passei a infância achando que o meu namorado teria esse nome. Pobre criança.

melhor piada já feita

28.4.07

Naquele dia, saiu Jesus e sentou-se à beira do lago. Seus discípulos se ajoelharam à sua volta, e disse Jesus:
- João, beija a minha mão!
João levantou-se, aproximou-se de Jesus e beijou-lhe a mão.
- Tomé, beija o meu pé!
Tomé levantou-se, aproximou-se de Jesus e beijou-lhe o pé.
- Nicolau, por que te afastas?


expressões clássicas da escatologia

por anos, nenhum sentido na expressão 'queimar a bota'. até o ano passado.

'o que eu vou fazer com esta bota vermelha?', pensei eu, no inverno dois mil e seis. essas idas a novo hamburgo para comprar sapatos de ponta de estoque tem destas coisas, um bico fino amarelo-gema ou um salto alto de bolinhas se tornam compras excelentes (comprei os dois, juro).

a bota vermelha foi assim, e ficou guardada por um ano. um dia, minha superfashion amiga pauletti usava uma botinha marrom manchada, coisa mais bacana. e era customizada. 'minha amiga me ensinou, a gente rega com azeite e coloca no forno, fica assim'.

pô, sensacional. tenho azeite, tenho forno, tenho uma bota inútil que poderia ficar bonita manchada. minha mãe, incrédula, 'tem certeza? no forno?' não dei ouvidos, reguei a bota que nem um bacalhau, acendi o forno - bem baixinho -, enfiei a bota numa fôrma.

acho que cabe registrar aqui que não sou uma exímia cozinheira, por impaciência. acabo comendo arroz meio cru, massa al dente demais, molho ralo. mas desta vez, não. desta vez, a bota ia ficar perfeita, vou deixá-la um bom tempo no forno. (não posso acreditar que pensei nisso realmente)

dez minutos depois, vi o verdadeiro significado da expressão queimando a bota. ela derreteu, couro, salto, tudo grudou na forma, uma beleza.

mas o pior foi o cheiro. e aí tudo passou a fazer sentido.

Vote no rei

25.4.07


Depois de todo mundo, vi A Rainha no cinema neste fim-de-semana (bacaninha, hein?). Coincidentemente, um post do Menezes em seu blog (tá ali do ladinho, to com preguiça de lincar) lista dez coisas que ele faria se fosse rei (ok, ele só colocou quatro, mas já dá pra ter uma idéia).

Admito: acho a monarquia bacana. Uma das minhas maiores frustrações é que o plebiscito pela forma de governo aconteceu quando era uma fedelha e não podia votar – assim como as eleições de 1989, mas isso é outra história. Não faço idéia dos jingles do presidencialismo e do parlamentarismo, mas o verso “justiça e paz dentro da lei, vote no reeeeeei” nunca mais saiu da minha cabeça. Aliás, “votar no rei” é um contra-senso dos mais bizarros, mas isso não tem nada a ver com a história.

Qual o problema de termos monarquia no Brasil, afinal? Ok, teríamos que sustentar sanguessugas que nada fariam a não ser nos representar pelo mundo; mas isso, vamos combinar, já fazemos, e os atuais têm muito menos classe. Afora estes detalhes, teríamos mais celebridades para idolatrar e, com sorte, os orleans e bragança seriam muito mais levados da breca que os windsor: finalmente teríamos tablóides!

Enfim, levada por um louco desejo de poder, fiquei com vontade de listar também o que eu faria se fosse rainha. Entupida de banalidades, é claro, pra isso que servem as rainhas. Invente a sua.

1. Capital - Em Barretos, é claro. Mas Barretos deixaria de ser no interior de São Paulo e passaria a ser no Rio de Janeiro.

2. Conselheiro – Teria um excelente conselheiro real, disposto a me ouvir dia e noite sobre assuntos de suma importância (“vou de preto ou marrom?”), mas ele teria de ser taxativo nas respostas (“preto, é claro”), numa clara alusão ao movimento pelo fim do conselho “tu quem sabe”, isso não serve de nada.

3. Cabeleireiro 24 horas – Alguém para escovar, lavar, secar, chapar e enrolar meu cabelo. E fazer tudo de novo. Pode incluir no séquito a manicure, a massagista e outros prestadores de serviço.

4. Segurador de guarda-chuva real - Dispensa explicações nesta chuva de hoje.

5. Noite - Baixaria um decreto forçando que as festas começassem às 21h e se estendessem até a hora que eu quisesse ir embora, para que eu não perdesse nada. Ah, quer ficar mais? Cortem a cabeça!

Acho que por hora estas medidas estão de bom tamanho. Dispensados.

outros

24.4.07

sabe quando as pessoas dizem que fulano tem outro por dentro, não no sentido sexual,é claro, mas sim “ei, que atitude inesperada vinda de fulano”?

pois é, meu caso é mais esquisito: eu tenho outra por fora.

tem uma clarissa, a de dentro, que acha razoável aprender a nadar aos 27 anos, que pode sim ter cabelos compridos até os 40 (ou até os 80, e daí?), que pirulito é um lanche como outro qualquer.

e tem a clarissa de fora, que fica me cuidando. vez por outra (juro), posso ouvi-la rindo da minha cara e das minhas atitudes.

mas eu pego essa cretina no contrapé. tudo bem, não aprendi ainda a nadar, depois dos 35 pretendo mesm0 manter os cabelos mais curtos, to deixando pra chupar pirulito em casa. mas hoje sacaneei: fui para o trabalho ouvindo hips don’t lie, da shakira. mas, pra ela não escutar, com os vidros do carro bem fechadinhos.

paixão

23.4.07

a verdade é que os sinais já estavam ali, eu que não tinha percebido. primeiro, era apenas um amigo, a quem eu podia recorrer quando tinha alguma dificuldade. sempre de braços abertos, ouvia pacientemente as minhas dúvidas e, milagrosamente, tinha resposta pra tudo. quando não tinha, me indicava algum caminho a seguir.

quando eu menos esperava, este sentimento foi crescendo, porque ele foi me oferecendo mais e mais de si. as conversas foram ficando mais freqüentes, por e-mail, no bate-papo instantâneo, em rodas de amigos. quando vi, até pelo celular mantínhamos contato, ele sempre disponível, maravilhoso.

é isso. me apaixonei, não sei mais viver sem ele. google, te amo.

Análise aprofundada do aquecimento global

20.4.07


minha filósofa preferida, wanessa camargo, autora da antológica frase “a fila anda”, nos brindou com mais uma pérola do saber. ela comentou com jornalistas que o aquecimento global a está preocupando: dia destes, ela usou uma minissaia em são paulo, ora, onde já se viu, uma terra costumeiramente fria para quem está acostumado ao rio. pobre wanessinha.

não há como negar, o aquecimento global é uma falta de respeito com as pessoas. em pleno meio de abril, um gaúcho, veja bem, não um qualquer, um cidadão de bem, que paga seus impostos e mantém a cidade limpa não pode usar uma calça jeans e mangas compridas sem derreter como uma calota polar. a saída é requentar as roupas de verão, saias, blusinhas, calças curtas.

só que a corzinha que foi adquirida nas areias de ibiraquera nas férias de janeiro já foi pro espaço. dá pra dividir o corpo em off-white (branco normal) e white (brancura padrão omo). quando a única saída parecia ser fritar em uma cama de bronzeamento artificial, eis que surge nas prateleiras da farmácia o melhor dois-em-um desde o rádio com toca-fita: dove summer tone, o hidratante que bronzeia. por apenas 15 reais, pele macia, cheirosa, levemente melequenta, mas bronzeada sutilmente.

a aplicação é um tédio. diferente do hidratante, não dá pra passar a bangu, correndo-se o risco de fazer o estilo zebra. demoooooora a secar. na embalagem, fala em alguns minutos. pra mim, alguns minutos sem fazer absolutamente nada, parada em pé na frente do ventilador, podem ser no máximo dois minutos. mas acho que não baixa de 20. usei só duas vezes até agora, eles prometem resultados em cinco dias ou seu dinheiro de volta (a propósito, alguém aí usou esse expediente com algum produto?). no entanto, já dá pra notar que o branco-posso-ver-minhas-veias diminuiu. por enquanto, to recomendando. mas, se ficar terracota, como é que eu tiro isso?

numa folha qualquer...

15.4.07


não é do meu feitio chorar em casamentos (uma exceção feita ao enlace da laura e do fabiano, mas aí os votos é que me nocautearam. sentimento, hein, gente). mas ontem, no casamento do rivo e da fabi, não deu pra segurar. tocar "aquarela" instrumental na igreja é pra pisotear a clarissa.

"aquarela" é a música que mais me faz chorar na vida. só de escrever, meus olhos se enchem de lágrimas. não faço a MENOR idéia da razão de isto acontecer. a música é fofinha, era para lembrar a faber-castell, os lápis de cor e fim de papo.

mas não. basta começar os primeiros acordes para a reação começar. o olho enche d'água, eu tento olhar pra cima pra ver se as lágrimas entram de volta e não me arruinem a maquiagem. não funciona. antes do "descolorirá", já estou em pranto solto. constrangedor.

Nada mais que um condomínio

4.4.07

Uma cidade nada mais é que um grande condomínio mesmo. E o prefeito, o síndico.

Vai dizer que não:

Bermudas e sandálias
O prefeito José Fogaça sanciona hoje a lei que permite a utilização de bermudas, até os joelhos, e sandálias fechadas, para os motoristas de táxi e lotação da Capital. Os condutores de ônibus já eram beneficiados com essa prerrogativa. A solenidade será às 14h45min, no Paço Municipal (Praça Montevidéu, 10). (ZH)

putz

3.4.07

o guns não vem mais.

devia ter ido no show do chico...

momento enxaqueca

29.3.07


pode ser que eu morda a língua.

mas tudo conspira para que eu não simpatize com o show do chico buarque.

não sou uma superfã: não sei as músicas de cor, não quero transar com ele (se bem que ia ser uma boa história pra contar, hein, hein?); pior que isso, eu odeio os superfãs, que vão cantar bem alto e de olhos fechados, padrão "como se não houvesse amã-nhã".


é no sesi, ou seja, vai ser um saco de entrar, um saco de estacionar, um saco de sair.

hoje, a gota d'água: ouvi dizer que ele foi frio e seco no show, decepcionando as fãs que ficaram quatro, cinco horas na fila pra comprar o ingresso. porque as superfãs, estas não se decepcionam - acham que ele é assim mesmo, tímido. tá, pode ser. mas então não faz show.


o que pega é que o cara é mito. tem letras absurdamente fantásticas (que na minha pobrezinha opinião são melhor cantadas por vários outros intérpretes). só por isso vale enfrentar os obstáculos. e, cá entre nós, vá que ele morra.


mas (fazendo beiço) aposto que ele não vai cantar as que eu gosto...

Yo soy un hombre sincero...

27.3.07




quais são as chances de um boliviano vestido a caráter adentrar o T-7 às 10h30 da manhã? e, contra todas as probabilidades, começar a tocar no violão não carnavalito, mas a cubanita guantanamera?

e o que a estatística diz de, neste momento, o celular de um passageiro, cidadão honesto e pagador de seus impostos, tocar?

e o que dizer da hipótese de este telefonema encerrar uma proposta de trabalho?

como explicar pro possível empregador que tu não está fazendo um bico na rua da praia tocando uma flauta de bambu, mas sim dentro de um pacato ônibus, enquanto rola uma guantanamera furiosa ao fundo?

não aconteceu comigo, infelizmente.

mas a história é verídica e, disparado, a coisa mais engraçada que ouvi hoje.

mestre, mestre, mestre

26.3.07

desnaturada

24.3.07



sou uma mãe moderna. acabo de dar um pedaço de lingüiça calabresa pra preta para compensar minha falta de atenção hoje.

será que vou ter de levá-la ao psicólogo?

bem cuidado, tia

23.3.07


apesar de ter fama de rude com os manobristas, por alguma razão os flanelinhas que trabalham nas ruas onde estaciono têm uma empatia natural comigo.

quando trabalhava no palácio Piratini, deixava o carro na duque. primeiro, numa garagem com brita, que odeio. aí, vi que tinha um tiozinho de barba zz top que cuidava da rua. eu chegava às 8h e lá tava ele, saía às 20h (quem disse que ccs não trabalham?) e ele seguia, firme.

pensei em deixar o carro ali e fui negociar, já que a garagem custava 100 pilas por mês. ele deixou, ficou por 2 pilas o dia depois de muito regatear, mas com uma ressalva: freio de mão solto. "tudo bem", se era pra gastar 80 a menos, até amasso a placa…

só que o cara era flor de criatura; nunca rolou um arranhãozinho. comecei a deixar a chave com ele, pra lavar. ele lavava, manobrava, até costurou o banco do fiesta, que tava furado. quase um marido. quando saí do piratini, até abraço eu dei nele. que cena.

estive livre dos flanelinhas até hoje, quando voltei a usar ruas que têm dono pra estacionar. na frente do novo emprego tem um flanelinha superatuante, em dois dias já me contou que tá cheio de mulher que estaciona mal por ali e que eu tenho que chegar 15 minutos antes pra conseguir vaga. ele também é de uma ingenuidade emocionante. comentou, enquanto eu procurava moedas no fundo da bolsa:

- um senhor que mora aqui deixava o carro dia e noite aqui na rua. mas, depois que o carro dele alagou, ele finalmente ABRIU A MÃO e decidiu pagar uma garagem. aqui nessa rua não dá pra deixar.

será que ele ganha salário fixo? certamente, não recebe por produção.

peixota part-time

22.3.07


fui obrigada por meu (ex) cunhado e por meu namorado a me inscrever em um concurso. meu cunhado me trouxe livros, meu namorado insistia que eu estudasse. não abri nenhum dos calhamaços de teoria da comunicação, da assessoria de imprensa, do jornalismo. deixei todos empilhados em cima do meu dvd e fui reler um apanhado de crônicas do Nelson Rodrigues.

num sabadão de sol, rolou o concurso. não estava a fim de ir. meu namorado implorou que eu fosse, me deu carona e disse que me buscaria. concordei, puxa vida, diante de tanta insistência não tive como negar.

a prova começava às duas. cheguei 5 pras duas, achando que não dava mais. mas dava. subi.

- qual o tempo da prova?
- quatro horas, disse o fiscal
- não, o tempo mínimo.
- não tem tempo mínimo, garantiu, para meu alívio.

na sala, vi pessoas com quem já trabalhei, outras que já conhecia e muita gente cheia de polígrafos, debatendo a matéria.

respondi as questões. 40 delas. e saí quinze para as três da sala.

dois dias depois, o gabarito. puxa, errei só cinco. mas como a prova era muito baba, todo mundo deve ter gabaritado, pensei.

hoje, me liga o (ex) cunhadão:
- viu que tu ficou em primeiro no concurso?
- fiquei?
- em primeiro, empatada com uma guria.
- fiquei?
- agora só tem de levar os títulos lá.
- mas eu não tenho nenhum título.
- de repente, a outra guria não tem nada.

ledo ivo engano. ela tem sim. TRÊS faculdades. nada mau.

mas vamos combinar, eu não tava merecendo.

só que a primeira foi embora. e fui chamada pra assumir.

viro peixota part-time a partir de amanhã. mas to achando que não vai ser fácil...

mau-humor

20.3.07

tomem isso:
e mais isso:

festa da melancia só em 2008


ontem, acordando e vendo o programa da ana maria braga, descobri que era dia de são josé, presumo que o mesmo são josé pai de jesus. pois bem.

lá pelas tantas, aparece uma matéria com uma senhora que credita o fato de ter um marido, dois filhos, casa, carro, emprego a uma prosaica promessa. lista-se o nome de todas as frutas que se conhece numa folha. depois, basta recortar os papeizinhos com os nomes, dobrar e fazer um sorteio, com a graça em mente. a partir daí, o resto é fácil: basta ficar um ano sem comer a fruta sorteada, tampouco variações como caldas, chicletes, sorvetes daquele sabor.

óbvio que eu fiz. e deu melancia. hohlfeldt, nem me convide.

mexidas

17.3.07

tem umas três comidas que a minha mãe sabe fazer bem com b maiúsculo. o resto, fica meia boca, não adianta (e esse é o meu futuro, ao que parece).

ovos mexidos, por exemplo. uma coisa que parece tão simples, ela fazia e eu achava horrível. passei 13 anos da minha vida com a plena certeza de que odiava ovos mexidos.

até que um dia, a nossa turma do colégio foi passar o fim de semana no sítio de um colega, o francisco, em são francisco de paula. quando a mãe dele trouxe ovos mexidos pra mesa do jantar, tremi. mas, depois que eu comi, nossa, aquilo ali que era ovo mexido? uma delícia, que nem todo aquele fim de semana lá atrás, no primeiro grau.

naquele mesmo ano, o chico foi meu "cabo eleitoral" em uma eleição para "prefeito" na sala de aula. nossa plataforma eleitoral eram casas populares feitas de sabão. mesmo assim, a gente ganhou. ele sempre era líder e eu, a vice. brigávamos e fazíamos as pazes todos os dias. aí, ele se mudou pra serra e perdemos o contato.

to pensando nessas coisas desde que soube que o chico sofreu um acidente horroroso de carro. hoje, recebi um mail contando que ele morreu ontem, depois de ficar algumas semanas em coma. não falava com ele há mais de dez anos. mas, mesmo assim, senti muito, muito mesmo.

ficam as lembranças, que não são poucas.

drogas copifan, donde mas barato dan

15.3.07


sou colorada desde criancinha - literalmente, uma de minhas fotos mais antigas mostra um bebê johnson com a faixa de inter tricampeão na cabeça.

já fui de ir no estádio em (quase) todos os jogos, na década de 90. hoje vejo mais pela tevê, ouço no rádio, acompanho na internet, a verdade é que estou um pouco mais alheia ao coloradismo, mesmo com a campanha do ano passado.

só que eu nunca vou poder deixar de torcer pelo inter. por um problema pessoal mesmo. é que os três "homens da minha vida" - meu pai, meu namorado e meu chefe - são colorados doentes. quando o inter faz uma merda como a última, contra o vélez sársfield, tomando três gols, acaba a paz no meu mundinho. em casa, no trabalho e na rua, o mau humor vira uma constante.

pelo menos, o grêmio fez sua parte hoje, perdendo pro... pro... pro quem, mesmo?

amanhã, vai ser um dia melhor.

sem tempo, sem mais

14.3.07

... and counting

13.3.07


essa mesma foto aí foi capa dos meus cadernos durante boa parte da década de 90 - nossa geração é a aurora precursora da customização. e ainda falam mal de colégio de freira.

enfim, a capa do meu caderno vai fazer show daqui nove terças-feiras no gigantinho, em porto alegre. ok, ele vai estar mais pançudinho; já deve ter aposentado a meia soquete dentro da bermuda. mas ainda é o cara, não adianta.

também no gigantinho, há alguns anos, vi (meio de longe) outra capa de caderno, o anthony kiedis. ele também não era mais o mesmo - parecia mais o iggy pop. mas valeu cada minuto.

ok, não sou uma superfã de guns até hoje como alguns por aí (né, vicente?). mas ainda tenho a minha bandana e quero estar lá pra ligar a luzinha do celular quando tocar patience.

e aí só vai faltar o bon jovi.

véia faceira barbaridade

12.3.07


uma década depois, vejo que foi incrível eu ter sobrevivido ao ano da minha entrada na fabico. crianças, ainda vendia-se cerveja no bar da faculdade, já pensaram? como se manter dentro da sala de aula? e, uma vez lá dentro, como manter um mínimo de dignidade?

a mesa de sinuca, com as seis caçapas cheias de caídas, era o centro das atenções, não tinha truco, nem nada destas modernidades. no toca-disco (ok, já existia cd, mas na fabico não), algum elepê do pink floyd ou the doors. no pátio, gurias de saias indianas e faixas nos cabelos sentadas na grama queimando um. eram os anos 70 no final da década de 90, baby, e eu estava lá. aproveitei tudo o que pude.

quem reclama da fabico não sabe brincar.

mas os anos foram passando, a cerveja sumiu do bar (aliás, o BAR sumiu), as ripongas cresceram, a mesa de sinuca ficou obsoleta e quase foi rifada a um real dia desses. a gente começa a virar mocinha, namora, trabalha, se forma, mantém a mesma turma, hoje repleta de casais pacíficos.

só que houve as férias de janeiro. quando eu lembrei que ficar com a gurizada sem fazer nada, enchendo a cara, falando bobagem é muito afudê. mais do que férias, me senti voltando no tempo em que não dava nada fazer isso.

e o que aconteceu foi que, dez anos depois das locas noches del verano (e outono, inverno e primavera) de 1997, virei uma véia faceira. tanto que hoje é segunda-feira e to indo no opinião ver um show do tim maia racional cover. shame on me.

Update essa juventude não tem respeito pelos mais velhos? como é que me faz um show em plena segunda-feira depois da meia-noite? terça-feira é dia de trabalho, tra-ba-lho. tão pensando o quê? tive que sair antes, não vi nada. conto com o ricardo pra me contar tudo. shame on me.

a coisa que eu mais gosto na vida são piadas infames

sou uma rapidinha

11.3.07


um dia, e lá se vão 13, 14 anos, menti pro meu pai que ia passar o dia com a minha irmã menor no grêmio náutico união e fui ficar com um guri meio mau elemento lá no colégio rosário.

deixei-a com dez anos absolutamente sozinha nas piscinas e me fui protásio alves afora de ônibus até a barros cassal. lá, subi a rua de cabeça baixa, andando rápido, para não ser vista.

chegando no rosário, tudo se deu como deveria, voltei pro união, peguei minha irmã e viemos pra casa.

só que, em vez de ficar quieta e agir naturalmente, fiquei no portão de casa esperando meu pai chegar por uma hora. é que eu precisava saber se ele tinha me visto. desde pequena sou assim, não consigo esperar pela mijada: me atiro em cima dela. ele chegou e a primeira coisa que perguntei foi: tu passou perto do rosário hoje, pai?

isso nunca mudou. tem um cara que trabalha comigo, que naturalmente não me conhece direito, mas diz sempre um troço do tipo tudo-a-ver: que eu tenho ejaculação precoce. (pronto, agora tudo que é impotente vai cair nesse blog numa pesquisa no google)

mas é verdade. sou muito ansiosa, me atiro nas coisas e quero tudo para ontem. anteontem, se possível. se eu gosto de um lanche, como todo dia; se vou num bar que curti, quero de novo, de novo, de novo. me meto onde não sou chamada no afã de resolver problemas que nem são meus.

não teria lá grandes problemas ser assim. só que o que acontece é que logo encho o saco do que parecia ser a coisa mais afudê do mundo desde a invenção da bala-chiclé. e aí começa tudo de novo.

tudo isso porque não tem mais nada para eu comer de tarde no trabalho. foram alguns dias que levei sanduíche de pão de soja - não posso mais olhar. toddynho light, ugh. além de eu ter enjoado, um lote veio azedo, traumatizei. chá verde tá foda, to começando a enjoar. comprei uns biscoitos de arroz por indicação, vamos ver quanto tempo vai durar este gostinho bom.

tem gente que chora; e tem gente que vende lenço*

estou desde janeiro envolvida em três trabalho completamente diferentes - além do jornal do comércio, evidentemente. tudo para garantir a subsistência de uma forma mais ou menos digna. vou omitir os nomes dos lugares só por frescura, me dêem este direito.

o primeiro é um relatório anual de uma grande empresa.

o segundo é um guia de gastronomia de uma revista semanal nacional de grande circulação.

o terceiro é uma coluna social para executivos de uma revista mensal de circulação regional.

como vem tudo ao mesmo tempo agora, tenho que usar todo o tempo livre que tenho pra trabalhar neles ao mesmo tempo. (tempo, tempo, tempo, três vezes na mesma frase. sem condições de resolver isso agora)

vez ou outra, escrevendo que os quitutes são inspirados nas antigas receitas da avó da proprietária da confeitaria, toca o telefone e é a entrevista com o executivo, que eu tinha marcado. pára tudo, vamos criar um link da vida dele com os seus planos para a carreira. nesse ínterim, chega um mail pedindo a revisão de uma parte do balanço, com todos os seus ebitda, receita líquida, lucro bruto.

e lá se vai a manhã que começou às 8h. toca pro JC pra trabalhar até 21h30.

chegando em casa, começa de novo: receita de pudim de leite, análise de balanço social, por que diabos os caras da assessoria de imprensa não mandaram a foto do entrevistado da coluna???

só escrevi isso tudo pra pedir: por favor, parem de perguntar se eu estou ficando rica. vocês conhecem algum rico que trabalha?

* este título é o nome de um livro que vi um tiozinho comprar hoje na livraria cultura. achei géeeeenio.

i give up

9.3.07

depois de passear pelo site do adão iturrusgarai, não vou mais tentar ser engraçadinha nesta vida, correndo o risco de ter um sorriso amarelo como resposta. toda vez que me der uma vontade incontrolável de ser espirituosa, é fácil: vou postar uma tirinha.




ou do fernando gonsales



ou quem sabe do laerte (que perca, hein, seu zero hora?)

estagiários, este seres maravilhosos

7.3.07

já que estou contando as bizarras histórias de trabalho que já vi, vou entrar no capítulo estagiários. Morro de saudade de ter estagiários diretos, já trabalhei com gente maravilhosa, como a camila, a carol, o carlos, o orestes, o juvenal, e tantos outros que não vou citar mais porque vou acabar esquecendo.

Mas as histórias de alguns são incríveis.

Lembro de uma que tinha um namorado com o qual ela brigava todo dia. Inclusive por telefone, no trabalho. Mas a própria se encarregava de contar quando não era explícito.

Um dia, o namorado levou a menina pra jantar. Só que, depois de comer, ela se sentiu mal e vomitou horrores. E ele brigou com ela, com uma lógica irrefutável: “gastei uma fortuna nesse jantar pra tu vomitar tudo!!!”

Outro realmente não sabia nada da vida. Ok, estagiário é pra aprender, mas eu achava muito gozado (ops) ele escrever numa folha antes de telefonar: “alô, meu nome é fulano, eu sou de tal lugar, queria saber se vocês receberam o release tal”.

Um dia, pedi pra ele puxar uma ligação do telefone da minha colega, porque eu estava no outro telefone.

eu disse:
- é só apertar o 8.
e ele realmente só apertou o 8.
e eu:
- não, tem que tirar do gancho e apertar o 8.

ele tirou do gancho, apertou o 8 e COLOCOU DE VOLTA NO GANCHO, desligando na cara do outro. Pobrezinho.

tiro de metas

6.3.07

a mariella me passou e aí vão:

5 coisas que eu quero fazer antes de morrer
- ser maratonista (jura!)
- aprender dança de salão (depois dos 50)
- ter um (a) afilhado (a)
- ter dinheiro suficiente pra não me estressar
- e, imeadiatamente antes (de morrer), tomar uma injeção de morfina

5 coisas que eu faço bem
- piada
- pão com alho
- caipirinha
- esquecer
- chorar

5 coisas que eu mais digo
- rasgar as vestes
- saiu correndo, nu (ops, acho que temos aí uma obsessão)
- canalha
- por favor, massagem, massagem
- pronto, falei

5 coisas que eu não faço (ou não gosto de fazer)
- exercício
- brigar
- dormir antes de sair pro trabalho
- ir no cinema muito tarde da noite (pronto, falei)
- acordar de bom humor

5 coisas que me encantam
- hum... gente engraçada
- beijo no pescoço
- a preta (óum)
- sutileza (deve ser porque eu não tenho nenhuma)
- confraria

5 coisas que eu odeio
- mexer no olho (colírio, beijo, dedo, olho não é pra encostar)
- acabar o xampu, o leite gelado, o papel higiênico na hora que preciso
- refri de uva, chiclete de canela, azeitona, pepino em conserva
- querer ir embora e estar de carona
- querer ficar e estar de carona

lella, perdão, mas não vou passar adiante, porque acho que os blogs de todas as pessoas que eu conheço já têm isso. no entanto, aceito as sanções cabíveis, como azar eterno, nunca mais ter sexo ou morrer dentro de doze horas.

A pior chefe

5.3.07


Por alguma razão obscura, me colocam a chefiar gente desde o meu primeiro emprego de jornalista (antes, fui vendedora numa loja. Pronto, falei). Deste primeiro flerte com o poder (cruzes), aos 21/22 anos, ficaram duas memórias nada lisonjeiras.

A primeira vem de uma ex-repórter que chefiei em O Sul. Ela foi pro Jornal do Comércio, onde trabalho hoje, feliz da vida por ter se livrado de mim. Um belo dia, quando ela soube que eu ia chefiá-la novamente, entrou em desespero. Triste.

A segunda vem de uma hoje grande amiga, a Carla. Ela lembra até hoje de quando fui chefe dela. Disse que eu fiquei no pé até ela fechar uma matéria. Quando vi que não ia mais dar tempo, mandei ela fechar o arquivo e disse que eu mesma ia terminá-lo. Ela conta que ficou furiosa. Mais triste.

Já no Terra, onde também fui déspota (porém, esclarecida), outros dois episódios lamentáveis se sucederam.

Um dia, devo ter infernizado tanto o redator, que ele saiu para o lanche e nunca mais voltou. Deixa eu dizer isso de novo: ele saiu para o intervalo de uma hora e não voltou mais. Só dois dias depois, pra acertar as contas.

De outra feita, um redator se demitiu e foi reclamar de mim no Recursos Humanos. Que horror.

No Jornal do Comércio, ainda não aconteceu nada deste tipo. Mas mandei um mail coletivo forçando os repórteres a lerem (e comentarem) no meu blog. Vão querer pagar pra ver?