madrugadão

26.4.06

vi uma propaganda da Aldeia SOS ontem de madrugada na tv. apareciam funcionários de diversas áreas cuidando de crianças. eis que, pelas tantas, vejo uma cara familiar, de jaleco e com todo jeito de fisioterapeuta, sorrindo e cuidando de um gurizinho.

a guria foi minha contemporânea no colégio. nunca fomos amigas nem colegas, mas tínhamos amigas em comum. na primeira semana de aula do 1º ano, fui surpreendida com a notícia de que ela queria me dar uma surra. tudo por causa de um cara que tinha ficado no dezembro anterior. ela era - e ainda deve ser - um toquinho de gente, mas deus sabe que sou uma banana, nunca na vida teria chance num embate. tentei argumentar que não sabia que ela gostava dele e talz. o argumento ganhou alguma consistência e escapei de levar uns sopapos gratuitos. aliás, como as gurias do santa inês gostavam de brigar de soco, coisa séria.

já se vão uns doze anos dessa história. nunca mais tinha visto a guria até a madrugada de ontem.

escolha a moral da história:

- publicitários aproximam pessoas

- adolescentes cruéis viram boas pessoas; bananas prosseguem bananas

- preciso tomar um remédio para dormir

"te ligo"

12.4.06

liguei ontem pro terra em busca do telefone da pizzaria vênus. atendeu a carol, uma amiga querida que fiz por lá. me senti o último dos humanos por nunca mais ter tido tempo de ligar pra ela, colocar a conversa em dia.

tem tanta gente que gosto e não consigo ver com a freqüência que eu gostaria. ficamos todos no "te ligo", "temos que combinar", "me manda um scrap no orkut".

o pior do mau humor

11.4.06

domingo - de forma improvável, abel braga conquista mais um vice-campeonato para sua coleção; a veja não vem; não há janta, ou pão para um café.


segunda-feira - é segunda-feira; o feriadãozão que seria de quinta a domingo, vira de sexta a domingo. e olhe lá - há chances de trabalhar domingo; último dia para pagar o ipva, entro no banrisul às 15h30 e há 100 pessoas para um caixa. desisto e opto pela multa, que não poderia ser muito grande, é apenas um dia de atraso.


terça-feira - o ipva ficou DUZENTOS REAIS mais caro por conta de um dia de atraso. espero que por hoje fique nisso.

da compensação

9.4.06

já que era para este domingo ser assim, eu podia pelo menos ter ganho na mega-sena, pô. mas nem isso. por que será que o mal sempre vence?

preferencial é um lugar que não existe*

8.4.06

o motorista de um fiat uno resolveu conhecer cada metro da avenida ipiranga, na pista central, a 50km por hora. sexta-feira, 13h30min.


dezenas de sinais de luz, buzinadas e aceleradas atrás dele, eis que consigo ultrapassá-lo - meu carro é 1.0, note-se. não contente, paro ao lado dele para fazer uma cara de que-absurdo-o-senhor-não-tem-vergonha-de-passear-desta-forma-e-não-dar-passagem-a-alguém-que-precisa-trabalhar, ou simplesmente "tomou, papudo?". só que a minha cara derreteu, porque o cara estava fardado de brigadiano.

me lembrei imediatamente do domingo passado quando um bm atravessava a nilópolis na faixa de segurança em frente à praça §, antes conhecida como encol. um pobre coitado não parou para sua majestade o brigadiano atravessar no meio do movimento intenso. teve a placa anotada e certamente levará uma bela multa.

sem escolha, abri a janela do carona, um sorriso colgate e um pedido de desculpas. aparentemente, funcionou, ele sorriu de volta e fez um aceno benevolente com a cabeça.

desonra, humilhação, mas sem retaliações. lição do dia: não formem um grupo terrorista comigo, é pouco provável que eu suporte qualquer tortura sem entregá-los todos.



*homenagem singela ao trânsito da capital de todos os gaúchos. porto alegre é demais!

coelhos

4.4.06

não tinha nenhuma foto da minha estola de coelho (legítima!) no aniversário-de-gala-surpresa da maíra. então, peguei a estola de dentro da fronha da qual ela saiu umas duas vezes nos últimos dez anos. espichei o bicho em cima da cama, peguei a câmera (do ricardo, graças a deus meu namorado não lê meu blog) e fui fotografá-la para postar para os meus 3,5 leitores.

nisso, alguém me chamou para algo na sala ou na cozinha. foi o que bastou para perder a câmera para todo o sempre. faz meia hora que estou procurando a maldita máquina de fotografia.
não me surpreende. isso me acontece todo o tempo. lembro de estar na quarta série e precisar de uma caneta. comprei e cinco minutos depois, perdi. procurei a caneta por tudo, desisti e comprei outra no mesmo lugar. uma hora depois encontrei a primeira atrás da orelha, juro. vivo perdendo as coisas, os ônibus, a paciência.

enfim, é uma linda estola. quentinha, macia, felpuda, que ganhei de uma pessoa muito querida (não, não é ex. não posso contar quem foi, porque a filha dela me espancaria). minha idéia inicial com este post era perguntar se é extremamente antiecológico usar uma estola de pele de coelho. ok, o bichinho perdeu a vida para esquentar meus ombros em um dia nos últimos 26 anos. no entanto, a expectativa de vida de um coelho é de no máximo 5 anos e a estola já tem bem mais idade. prefiro pensar nela como uma homenagem póstuma.

pô, eu nunca comi carne de coelho, nem de bicho esquisito de espécie alguma, nunca tive pássaros na gaiola (os periquitos eram da minha mãe) e depois que eu vi procurando nemo tenho pena até dos peixes que moram no aquário aqui de casa. eu sou uma boa pessoa, juro.