da série perguntas sem resposta

30.10.07


não são as grandes questões que assolam a humanidade, são apenas perguntas que não consigo responder sobre mim mesma - e já são suficientemente intrigantes pra eu me preocupar com o "de onde viemos e para onde vamos".

- por que eu trabalho 12 horas por dia todos os dias achando que isso é a coisa mais normal do mundo, gostando ou não, querendo ou não, e não consigo dedicar MEIA HORA a uma caminhada ou corrida ou pedalada (porque nadar eu não sei mesmo) porque acho que não tenho tempo?

- se EU SEI que preciso tomar remédio e comer direito pra não ter azia constante nem estourar minhas úlceras (sim, são duas), por que eu não faço nada disso e depois tento dormir meio sentada pra não engasgar com o refluxo queimante?

- com que cara eu posso reclamar que minha mãe fuma duas carteiras de cigarro por dia se não consigo deixar o chocolate?

- por que diabos ler não emagrece e garante a longevidade?

uruguay

24.10.07

ontem, fui pela quarta ou quinta vez na mais nova pizzaria uruguaia de porto alegre, a punta del diablo. pizzas excelentes, massa fininha e crocante, quadradas e regadas a cerveza patricia (a mais de 10,00 a garrafa, um sofrimento, mas recompensado - tava bem gelada).

definitivamente, o uruguai está na moda. o barranco, ali do lado, reunia um público relativamente pequeno para uma quarta-feira quente. mas não era falta de vontade do povo de comer carne. saindo dali, passei pela frente da parrilla del sur, na nilópolis, que bombava e tinha fila às 11 da noite.

e eu que ainda não conheço. bela desculpa pra visitar minha prima e conhecer a filhinha dela, que já tem um ano.

jornal de ontem

23.10.07


são 6 horas e meia por dia, cinco dias por semana, cerca de 130 horas todo mês de dedicação.

para 24 horas depois, virar embrulho do cocô da preta.

sim, isso é verdade. mas também é uma metáfora.

sou mais eu

19.10.07


hoje, encontrei um site bem por acaso, no qual as pessoas, anonimamente, expõe seus mais recônditos segredos às vistas de todos que o visitam, e que depois podem postar comentários à vontade. ali tem desde o rapaz noivo que sonha em transar com um travesti à menina que afirma apenas "fiz um aborto", talvez na tentativa de encontrar alguém mais que passe pela mesma situação e que poste uma palavra amiga.

não é novidade que as pessoas estão obcecadas em falar de si - mesmo os anônimos estão em busca de audiência, e, de preferência, de um grande público. todo mundo quer contar seus problemas, expor suas opiniões, seja num blog, como esse aqui, seja no sofá da márcia goldschmit.

depois de todo mundo, como de costume, o jornalismo está desembarcando fortemente nessa tendência. portais de notícia, como o terra e o novíssimo zerohora.com, dedicam grandes espaços às colaborações de leitores. poderiam se limitar à uma fotografia do pôr-do-sol no guaíba ou emitir uma opinião, mas vão além: produzem suas próprias reportagens, como na iniciativa vc repórter, do terra, ou da revista sou + eu, da editora Abril, feita exclusivamente da colaboração de leitores.

em troca de dinheiro ou não, o cidadão comum, sem necessariamente ter noções claras do jornalismo como o aprendemos, vê-se diante de espaços cada vez maiores para retratar a seu modo a sua realidade, que, ao que parece, o jornalismo como o aprendemos não foi capaz de fazer. de um passivo receptor, ele virou agente ativo da produção de conteúdo. e um grande gerador de audiência: o povo quer se ver na tv, na internet, nas páginas do jornal.

conclusão: infelizmente, nenhuma. ainda não li nada sobre o assunto. mas ando com o pé que é um leque (in: BARRETO, Carlos) para fazer um mestrado, quem sabe não vou por aí? mais batido que maionese, mas quem se importa?

chefias

18.10.07

as demissões são sempre traumáticas, pelo menos pra mim. fui demitida uma vez (de O Sul, o que não é nenhuma vantagem - aconteceu com quase todo mundo); nas demais oportunidades que troquei de emprego, e não foram poucas, a demissionária fui eu. mesmo assim, choro que me lavo.

meus chefes sempre ficaram tristes - ou fingiram lindamente. não que eu seja a última bolachinha do pacote no que tange à competência, mas acho que sou querida, sei lá.

menos uma vez. essa demissão foi surreal. lembro até o diálogo.

Na sala do chefe:

Eu - Preciso falar contigo.
Chefe - Sim?
Eu - Recebi uma proposta de emprego.
Chefe - Se é melhor que aqui...
TRIMMMM
Chefe - Sim?
Silêncio
Chefe - Blábláblá
Eu - ...
Cinco minutos depois:
Eu - ...
Dez minutos depois:
Eu - ...
Eu - Quer saber? Depois falamos
Dez minutos depois, na minha sala:
Chefe - Tu viu uma fatura de pagamento?
Eu - Todas as faturas que recebo coloco na tua mesa.
Um minuto depois, na sala dele:
Eu - Escuta, tu não tem nem curiosidade de quando eu vou sair? Não que tu vá ficar com saudade, mas pelo menos para te organizar.
Chefe - ... e quando vai ser?
Eu - Dia 14 é meu último dia.
Chefe - Ok. Seria bom que outra pessoa já entrasse antes.
Eu - Pois é.

E assim deu-se a minha demissão. Tsc, tsc

(para ouvir ao som de emoções, do Rei)

11.10.07

nunca fui madrinha de nada. nem de casamento, nem de batismo, nem de bateria de escola de samba. não tive muitas amigas que casaram, tampouco que tiveram filhos – minhas duas irmãs já prometeram seus bebês uma para a outra: como sou impopular. e, apesar de a minha carreira de modelo, atriz, cantora e apresentadora ser um sucesso, ainda estou aberta a propostas de escolas de samba, blocos carnavalescos e grupos de axé.

nesta sexta-feira, no entanto, graças ao esperado enlace do márcio e da mariella, vou perder a virgindade como madrinha. vou subir no altar – provavelmente pela última vez na vida – e ver a cerimônia por outro ângulo, que me impedirá de fazer piadinhas em voz alta para disfarçar a emoção.

e é óbvio que será emocionante. porque vou me lembrar de vários momentos que vivi com os dois, primeiro um sem o outro, depois os dois juntos. vou lembrar do márcio discutindo de cuecas com o caseiro da casa na pinheira. também vou me recordar da mariella, cheia de pontos na barriga, me pedindo pra não fazê-la rir, poucas horas depois da cesariana que trouxe a elisa ao mundo, em canoas. e de tantos outros momentos que poderão me fazer chorar e arruinar a maquiagem!

parabéns, lella e márcio. que vocês sejam muito felizes e continuem sempre na minha vida.

sobe o som

parã, parãrãrã, parã, parãrãrã, rãrãrã...

ATUALIZAÇÃO - fiz a gentileza de ligar pra noiva no meio do casamento no civil hoje. como ela mesma disse, "não te conformaste em ser madrinha só no religioso, né, cla?" que vergonha.

vejo e não morro tudo

9.10.07

minha carteira de motorista vence em 48 horas - contando com o mês de tolerância, é claro. procrastinei o quanto pude, mas hoje, sem falta, vou numa auto-escola ler as letrinhas na parede.


não me dei conta que estava tão perto de expirar o prazo. é que isso só meu causou um problema dia desses, indo para são paulo. no aeroporto internacional salgado filho, a sorridente mocinha do check-in disse que eu não podia embarcar. motivo? minha carteira de motorista havia vencido há alguns dias. ainda tentei argumentar:

- mas o detran dá um mês de tolerância para usá-la.
- pois é, mas a anac não permite.
- ahn... moça... eu não pretendo pilotar o avião. só quero entrar dentro dele.
- infelizmente... seguinte!

tive que ligar às pressas pra minha mãe levar minha identidade toda descascada. e deu tempo de embarcar.

esse vencimento não me preocupou, porque nunca pensei que fosse enfrentar algum dissabor por causa dele. uma coisa que poucas vezes deixo vencer, no entanto, aparentemente não faz diferença nenhuma: a depilação da virilha.

são 30 reais, a cada 15 ou 20 dias, regados a muito sofrimento. esse texto, que fez meus amigos homens darem risada, tá bem certinho, é isso aí. mas um deles levantou a questão: "muito mais importante que a depilação bem-feita é a calcinha", no que foi seguido pela esmagadora maioria masculina.

e, ao contrário do que se possa pensar, não é uma calcinha de seda, rendada, com uma abertura na virilha. é uma prosaica calcinha "simples, de algodão, limpinha e simpática", MUZELL, Rodrigo.

impressionante. ainda há muito que se aprender sobre os homens nesta vida.

(im)paciências do cotidiano

4.10.07


interlocutor - tu fez faculdade na ufrgs? uma amiga minha também. se repente, vocês se conhecem.

eu queria - claro. a ufrgs só tem uns dez, onze mil alunos. im-pos-sí-vel não conhecer tua amiga.

e eu fiz - olha, que legal! de repente... como ela se chama? humm, não conheço.

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interlocutor - eu gosto de ipanema. mas agora que o metrô chega lá, tá uma negrada.

eu queria - sim, hitler.

e eu fiz - hmm.

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eu - onde tu andava?

interlocutor - acabei de cagar o risoto de ontem.

eu queria - o b r i g a d a

e eu fiz - o b r i g a d a (com esse não tem problema, é de casa. mas francamente.)
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(nada a ver com o assunto, mas achei a charge ótema. está no site chistes comentados)

topicozinhos de ontem

3.10.07

- fui a última a entender o cd, o dvd, os telefones fixo e celular. não podia ser diferente no maravilhoso mundo da banda larga. mas até que me virei direitinho, viu, tio solon?


- fomos no show do black eyed peas (valeu, álvaro!). eu era a única barra 79 em um raio de 20 metros. maria paula comprou uma cerveja e o barman pediu desculpas por ter que colocar o conteúdo da long neck em um copo de plástico. mas tava muito divertido. fergalicious. destaque para o momento sweet child o'mine, com fergie de boné, imitando axl - vicente morreria. (aliás, momento mulherzinha: ela tá com um corpão, mesmo de leggin de lamê dourado. não nesta foto de bruno maestrini, do terra. mas em parte do show, tava.)

- rapazes: não, não se deve deixar claro pra uma mulher que estamos prospectando qual o seu objetivo. ela sabe. não precisa dizer com todas as letras. não sejam burros.

do job e das férias

1.10.07


trabalhei horrores nesta semana que passou e hoje estou curtindo uma merecida folga em casa, de pijama de ursinho.

parece que virou praxe reclamar do emprego, achar os chefes um saco, o trabalho um horror, os colegas umas malas. mas eu adoro o meu emprego. acho meu chefe um cara genial - creiam, ele JAMAIS lerá meu blog, portanto não me acusem de puxa-saquismo.

acho (a maioria) dos meus colegas bacanas. se tem uma coisa que dá pra reclamar, é do salário. mas aí é um problema generalizado do jornalismo.

taí. devo ser a única jornalista de porto alegre que vai trabalhar cantarolando de segunda a sexta. e em um reles domingo por mês.