momento enxaqueca

29.3.07


pode ser que eu morda a língua.

mas tudo conspira para que eu não simpatize com o show do chico buarque.

não sou uma superfã: não sei as músicas de cor, não quero transar com ele (se bem que ia ser uma boa história pra contar, hein, hein?); pior que isso, eu odeio os superfãs, que vão cantar bem alto e de olhos fechados, padrão "como se não houvesse amã-nhã".


é no sesi, ou seja, vai ser um saco de entrar, um saco de estacionar, um saco de sair.

hoje, a gota d'água: ouvi dizer que ele foi frio e seco no show, decepcionando as fãs que ficaram quatro, cinco horas na fila pra comprar o ingresso. porque as superfãs, estas não se decepcionam - acham que ele é assim mesmo, tímido. tá, pode ser. mas então não faz show.


o que pega é que o cara é mito. tem letras absurdamente fantásticas (que na minha pobrezinha opinião são melhor cantadas por vários outros intérpretes). só por isso vale enfrentar os obstáculos. e, cá entre nós, vá que ele morra.


mas (fazendo beiço) aposto que ele não vai cantar as que eu gosto...

Yo soy un hombre sincero...

27.3.07




quais são as chances de um boliviano vestido a caráter adentrar o T-7 às 10h30 da manhã? e, contra todas as probabilidades, começar a tocar no violão não carnavalito, mas a cubanita guantanamera?

e o que a estatística diz de, neste momento, o celular de um passageiro, cidadão honesto e pagador de seus impostos, tocar?

e o que dizer da hipótese de este telefonema encerrar uma proposta de trabalho?

como explicar pro possível empregador que tu não está fazendo um bico na rua da praia tocando uma flauta de bambu, mas sim dentro de um pacato ônibus, enquanto rola uma guantanamera furiosa ao fundo?

não aconteceu comigo, infelizmente.

mas a história é verídica e, disparado, a coisa mais engraçada que ouvi hoje.

mestre, mestre, mestre

26.3.07

desnaturada

24.3.07



sou uma mãe moderna. acabo de dar um pedaço de lingüiça calabresa pra preta para compensar minha falta de atenção hoje.

será que vou ter de levá-la ao psicólogo?

bem cuidado, tia

23.3.07


apesar de ter fama de rude com os manobristas, por alguma razão os flanelinhas que trabalham nas ruas onde estaciono têm uma empatia natural comigo.

quando trabalhava no palácio Piratini, deixava o carro na duque. primeiro, numa garagem com brita, que odeio. aí, vi que tinha um tiozinho de barba zz top que cuidava da rua. eu chegava às 8h e lá tava ele, saía às 20h (quem disse que ccs não trabalham?) e ele seguia, firme.

pensei em deixar o carro ali e fui negociar, já que a garagem custava 100 pilas por mês. ele deixou, ficou por 2 pilas o dia depois de muito regatear, mas com uma ressalva: freio de mão solto. "tudo bem", se era pra gastar 80 a menos, até amasso a placa…

só que o cara era flor de criatura; nunca rolou um arranhãozinho. comecei a deixar a chave com ele, pra lavar. ele lavava, manobrava, até costurou o banco do fiesta, que tava furado. quase um marido. quando saí do piratini, até abraço eu dei nele. que cena.

estive livre dos flanelinhas até hoje, quando voltei a usar ruas que têm dono pra estacionar. na frente do novo emprego tem um flanelinha superatuante, em dois dias já me contou que tá cheio de mulher que estaciona mal por ali e que eu tenho que chegar 15 minutos antes pra conseguir vaga. ele também é de uma ingenuidade emocionante. comentou, enquanto eu procurava moedas no fundo da bolsa:

- um senhor que mora aqui deixava o carro dia e noite aqui na rua. mas, depois que o carro dele alagou, ele finalmente ABRIU A MÃO e decidiu pagar uma garagem. aqui nessa rua não dá pra deixar.

será que ele ganha salário fixo? certamente, não recebe por produção.

peixota part-time

22.3.07


fui obrigada por meu (ex) cunhado e por meu namorado a me inscrever em um concurso. meu cunhado me trouxe livros, meu namorado insistia que eu estudasse. não abri nenhum dos calhamaços de teoria da comunicação, da assessoria de imprensa, do jornalismo. deixei todos empilhados em cima do meu dvd e fui reler um apanhado de crônicas do Nelson Rodrigues.

num sabadão de sol, rolou o concurso. não estava a fim de ir. meu namorado implorou que eu fosse, me deu carona e disse que me buscaria. concordei, puxa vida, diante de tanta insistência não tive como negar.

a prova começava às duas. cheguei 5 pras duas, achando que não dava mais. mas dava. subi.

- qual o tempo da prova?
- quatro horas, disse o fiscal
- não, o tempo mínimo.
- não tem tempo mínimo, garantiu, para meu alívio.

na sala, vi pessoas com quem já trabalhei, outras que já conhecia e muita gente cheia de polígrafos, debatendo a matéria.

respondi as questões. 40 delas. e saí quinze para as três da sala.

dois dias depois, o gabarito. puxa, errei só cinco. mas como a prova era muito baba, todo mundo deve ter gabaritado, pensei.

hoje, me liga o (ex) cunhadão:
- viu que tu ficou em primeiro no concurso?
- fiquei?
- em primeiro, empatada com uma guria.
- fiquei?
- agora só tem de levar os títulos lá.
- mas eu não tenho nenhum título.
- de repente, a outra guria não tem nada.

ledo ivo engano. ela tem sim. TRÊS faculdades. nada mau.

mas vamos combinar, eu não tava merecendo.

só que a primeira foi embora. e fui chamada pra assumir.

viro peixota part-time a partir de amanhã. mas to achando que não vai ser fácil...

mau-humor

20.3.07

tomem isso:
e mais isso:

festa da melancia só em 2008


ontem, acordando e vendo o programa da ana maria braga, descobri que era dia de são josé, presumo que o mesmo são josé pai de jesus. pois bem.

lá pelas tantas, aparece uma matéria com uma senhora que credita o fato de ter um marido, dois filhos, casa, carro, emprego a uma prosaica promessa. lista-se o nome de todas as frutas que se conhece numa folha. depois, basta recortar os papeizinhos com os nomes, dobrar e fazer um sorteio, com a graça em mente. a partir daí, o resto é fácil: basta ficar um ano sem comer a fruta sorteada, tampouco variações como caldas, chicletes, sorvetes daquele sabor.

óbvio que eu fiz. e deu melancia. hohlfeldt, nem me convide.

mexidas

17.3.07

tem umas três comidas que a minha mãe sabe fazer bem com b maiúsculo. o resto, fica meia boca, não adianta (e esse é o meu futuro, ao que parece).

ovos mexidos, por exemplo. uma coisa que parece tão simples, ela fazia e eu achava horrível. passei 13 anos da minha vida com a plena certeza de que odiava ovos mexidos.

até que um dia, a nossa turma do colégio foi passar o fim de semana no sítio de um colega, o francisco, em são francisco de paula. quando a mãe dele trouxe ovos mexidos pra mesa do jantar, tremi. mas, depois que eu comi, nossa, aquilo ali que era ovo mexido? uma delícia, que nem todo aquele fim de semana lá atrás, no primeiro grau.

naquele mesmo ano, o chico foi meu "cabo eleitoral" em uma eleição para "prefeito" na sala de aula. nossa plataforma eleitoral eram casas populares feitas de sabão. mesmo assim, a gente ganhou. ele sempre era líder e eu, a vice. brigávamos e fazíamos as pazes todos os dias. aí, ele se mudou pra serra e perdemos o contato.

to pensando nessas coisas desde que soube que o chico sofreu um acidente horroroso de carro. hoje, recebi um mail contando que ele morreu ontem, depois de ficar algumas semanas em coma. não falava com ele há mais de dez anos. mas, mesmo assim, senti muito, muito mesmo.

ficam as lembranças, que não são poucas.

drogas copifan, donde mas barato dan

15.3.07


sou colorada desde criancinha - literalmente, uma de minhas fotos mais antigas mostra um bebê johnson com a faixa de inter tricampeão na cabeça.

já fui de ir no estádio em (quase) todos os jogos, na década de 90. hoje vejo mais pela tevê, ouço no rádio, acompanho na internet, a verdade é que estou um pouco mais alheia ao coloradismo, mesmo com a campanha do ano passado.

só que eu nunca vou poder deixar de torcer pelo inter. por um problema pessoal mesmo. é que os três "homens da minha vida" - meu pai, meu namorado e meu chefe - são colorados doentes. quando o inter faz uma merda como a última, contra o vélez sársfield, tomando três gols, acaba a paz no meu mundinho. em casa, no trabalho e na rua, o mau humor vira uma constante.

pelo menos, o grêmio fez sua parte hoje, perdendo pro... pro... pro quem, mesmo?

amanhã, vai ser um dia melhor.

sem tempo, sem mais

14.3.07

... and counting

13.3.07


essa mesma foto aí foi capa dos meus cadernos durante boa parte da década de 90 - nossa geração é a aurora precursora da customização. e ainda falam mal de colégio de freira.

enfim, a capa do meu caderno vai fazer show daqui nove terças-feiras no gigantinho, em porto alegre. ok, ele vai estar mais pançudinho; já deve ter aposentado a meia soquete dentro da bermuda. mas ainda é o cara, não adianta.

também no gigantinho, há alguns anos, vi (meio de longe) outra capa de caderno, o anthony kiedis. ele também não era mais o mesmo - parecia mais o iggy pop. mas valeu cada minuto.

ok, não sou uma superfã de guns até hoje como alguns por aí (né, vicente?). mas ainda tenho a minha bandana e quero estar lá pra ligar a luzinha do celular quando tocar patience.

e aí só vai faltar o bon jovi.

véia faceira barbaridade

12.3.07


uma década depois, vejo que foi incrível eu ter sobrevivido ao ano da minha entrada na fabico. crianças, ainda vendia-se cerveja no bar da faculdade, já pensaram? como se manter dentro da sala de aula? e, uma vez lá dentro, como manter um mínimo de dignidade?

a mesa de sinuca, com as seis caçapas cheias de caídas, era o centro das atenções, não tinha truco, nem nada destas modernidades. no toca-disco (ok, já existia cd, mas na fabico não), algum elepê do pink floyd ou the doors. no pátio, gurias de saias indianas e faixas nos cabelos sentadas na grama queimando um. eram os anos 70 no final da década de 90, baby, e eu estava lá. aproveitei tudo o que pude.

quem reclama da fabico não sabe brincar.

mas os anos foram passando, a cerveja sumiu do bar (aliás, o BAR sumiu), as ripongas cresceram, a mesa de sinuca ficou obsoleta e quase foi rifada a um real dia desses. a gente começa a virar mocinha, namora, trabalha, se forma, mantém a mesma turma, hoje repleta de casais pacíficos.

só que houve as férias de janeiro. quando eu lembrei que ficar com a gurizada sem fazer nada, enchendo a cara, falando bobagem é muito afudê. mais do que férias, me senti voltando no tempo em que não dava nada fazer isso.

e o que aconteceu foi que, dez anos depois das locas noches del verano (e outono, inverno e primavera) de 1997, virei uma véia faceira. tanto que hoje é segunda-feira e to indo no opinião ver um show do tim maia racional cover. shame on me.

Update essa juventude não tem respeito pelos mais velhos? como é que me faz um show em plena segunda-feira depois da meia-noite? terça-feira é dia de trabalho, tra-ba-lho. tão pensando o quê? tive que sair antes, não vi nada. conto com o ricardo pra me contar tudo. shame on me.

a coisa que eu mais gosto na vida são piadas infames

sou uma rapidinha

11.3.07


um dia, e lá se vão 13, 14 anos, menti pro meu pai que ia passar o dia com a minha irmã menor no grêmio náutico união e fui ficar com um guri meio mau elemento lá no colégio rosário.

deixei-a com dez anos absolutamente sozinha nas piscinas e me fui protásio alves afora de ônibus até a barros cassal. lá, subi a rua de cabeça baixa, andando rápido, para não ser vista.

chegando no rosário, tudo se deu como deveria, voltei pro união, peguei minha irmã e viemos pra casa.

só que, em vez de ficar quieta e agir naturalmente, fiquei no portão de casa esperando meu pai chegar por uma hora. é que eu precisava saber se ele tinha me visto. desde pequena sou assim, não consigo esperar pela mijada: me atiro em cima dela. ele chegou e a primeira coisa que perguntei foi: tu passou perto do rosário hoje, pai?

isso nunca mudou. tem um cara que trabalha comigo, que naturalmente não me conhece direito, mas diz sempre um troço do tipo tudo-a-ver: que eu tenho ejaculação precoce. (pronto, agora tudo que é impotente vai cair nesse blog numa pesquisa no google)

mas é verdade. sou muito ansiosa, me atiro nas coisas e quero tudo para ontem. anteontem, se possível. se eu gosto de um lanche, como todo dia; se vou num bar que curti, quero de novo, de novo, de novo. me meto onde não sou chamada no afã de resolver problemas que nem são meus.

não teria lá grandes problemas ser assim. só que o que acontece é que logo encho o saco do que parecia ser a coisa mais afudê do mundo desde a invenção da bala-chiclé. e aí começa tudo de novo.

tudo isso porque não tem mais nada para eu comer de tarde no trabalho. foram alguns dias que levei sanduíche de pão de soja - não posso mais olhar. toddynho light, ugh. além de eu ter enjoado, um lote veio azedo, traumatizei. chá verde tá foda, to começando a enjoar. comprei uns biscoitos de arroz por indicação, vamos ver quanto tempo vai durar este gostinho bom.

tem gente que chora; e tem gente que vende lenço*

estou desde janeiro envolvida em três trabalho completamente diferentes - além do jornal do comércio, evidentemente. tudo para garantir a subsistência de uma forma mais ou menos digna. vou omitir os nomes dos lugares só por frescura, me dêem este direito.

o primeiro é um relatório anual de uma grande empresa.

o segundo é um guia de gastronomia de uma revista semanal nacional de grande circulação.

o terceiro é uma coluna social para executivos de uma revista mensal de circulação regional.

como vem tudo ao mesmo tempo agora, tenho que usar todo o tempo livre que tenho pra trabalhar neles ao mesmo tempo. (tempo, tempo, tempo, três vezes na mesma frase. sem condições de resolver isso agora)

vez ou outra, escrevendo que os quitutes são inspirados nas antigas receitas da avó da proprietária da confeitaria, toca o telefone e é a entrevista com o executivo, que eu tinha marcado. pára tudo, vamos criar um link da vida dele com os seus planos para a carreira. nesse ínterim, chega um mail pedindo a revisão de uma parte do balanço, com todos os seus ebitda, receita líquida, lucro bruto.

e lá se vai a manhã que começou às 8h. toca pro JC pra trabalhar até 21h30.

chegando em casa, começa de novo: receita de pudim de leite, análise de balanço social, por que diabos os caras da assessoria de imprensa não mandaram a foto do entrevistado da coluna???

só escrevi isso tudo pra pedir: por favor, parem de perguntar se eu estou ficando rica. vocês conhecem algum rico que trabalha?

* este título é o nome de um livro que vi um tiozinho comprar hoje na livraria cultura. achei géeeeenio.

i give up

9.3.07

depois de passear pelo site do adão iturrusgarai, não vou mais tentar ser engraçadinha nesta vida, correndo o risco de ter um sorriso amarelo como resposta. toda vez que me der uma vontade incontrolável de ser espirituosa, é fácil: vou postar uma tirinha.




ou do fernando gonsales



ou quem sabe do laerte (que perca, hein, seu zero hora?)

estagiários, este seres maravilhosos

7.3.07

já que estou contando as bizarras histórias de trabalho que já vi, vou entrar no capítulo estagiários. Morro de saudade de ter estagiários diretos, já trabalhei com gente maravilhosa, como a camila, a carol, o carlos, o orestes, o juvenal, e tantos outros que não vou citar mais porque vou acabar esquecendo.

Mas as histórias de alguns são incríveis.

Lembro de uma que tinha um namorado com o qual ela brigava todo dia. Inclusive por telefone, no trabalho. Mas a própria se encarregava de contar quando não era explícito.

Um dia, o namorado levou a menina pra jantar. Só que, depois de comer, ela se sentiu mal e vomitou horrores. E ele brigou com ela, com uma lógica irrefutável: “gastei uma fortuna nesse jantar pra tu vomitar tudo!!!”

Outro realmente não sabia nada da vida. Ok, estagiário é pra aprender, mas eu achava muito gozado (ops) ele escrever numa folha antes de telefonar: “alô, meu nome é fulano, eu sou de tal lugar, queria saber se vocês receberam o release tal”.

Um dia, pedi pra ele puxar uma ligação do telefone da minha colega, porque eu estava no outro telefone.

eu disse:
- é só apertar o 8.
e ele realmente só apertou o 8.
e eu:
- não, tem que tirar do gancho e apertar o 8.

ele tirou do gancho, apertou o 8 e COLOCOU DE VOLTA NO GANCHO, desligando na cara do outro. Pobrezinho.

tiro de metas

6.3.07

a mariella me passou e aí vão:

5 coisas que eu quero fazer antes de morrer
- ser maratonista (jura!)
- aprender dança de salão (depois dos 50)
- ter um (a) afilhado (a)
- ter dinheiro suficiente pra não me estressar
- e, imeadiatamente antes (de morrer), tomar uma injeção de morfina

5 coisas que eu faço bem
- piada
- pão com alho
- caipirinha
- esquecer
- chorar

5 coisas que eu mais digo
- rasgar as vestes
- saiu correndo, nu (ops, acho que temos aí uma obsessão)
- canalha
- por favor, massagem, massagem
- pronto, falei

5 coisas que eu não faço (ou não gosto de fazer)
- exercício
- brigar
- dormir antes de sair pro trabalho
- ir no cinema muito tarde da noite (pronto, falei)
- acordar de bom humor

5 coisas que me encantam
- hum... gente engraçada
- beijo no pescoço
- a preta (óum)
- sutileza (deve ser porque eu não tenho nenhuma)
- confraria

5 coisas que eu odeio
- mexer no olho (colírio, beijo, dedo, olho não é pra encostar)
- acabar o xampu, o leite gelado, o papel higiênico na hora que preciso
- refri de uva, chiclete de canela, azeitona, pepino em conserva
- querer ir embora e estar de carona
- querer ficar e estar de carona

lella, perdão, mas não vou passar adiante, porque acho que os blogs de todas as pessoas que eu conheço já têm isso. no entanto, aceito as sanções cabíveis, como azar eterno, nunca mais ter sexo ou morrer dentro de doze horas.

A pior chefe

5.3.07


Por alguma razão obscura, me colocam a chefiar gente desde o meu primeiro emprego de jornalista (antes, fui vendedora numa loja. Pronto, falei). Deste primeiro flerte com o poder (cruzes), aos 21/22 anos, ficaram duas memórias nada lisonjeiras.

A primeira vem de uma ex-repórter que chefiei em O Sul. Ela foi pro Jornal do Comércio, onde trabalho hoje, feliz da vida por ter se livrado de mim. Um belo dia, quando ela soube que eu ia chefiá-la novamente, entrou em desespero. Triste.

A segunda vem de uma hoje grande amiga, a Carla. Ela lembra até hoje de quando fui chefe dela. Disse que eu fiquei no pé até ela fechar uma matéria. Quando vi que não ia mais dar tempo, mandei ela fechar o arquivo e disse que eu mesma ia terminá-lo. Ela conta que ficou furiosa. Mais triste.

Já no Terra, onde também fui déspota (porém, esclarecida), outros dois episódios lamentáveis se sucederam.

Um dia, devo ter infernizado tanto o redator, que ele saiu para o lanche e nunca mais voltou. Deixa eu dizer isso de novo: ele saiu para o intervalo de uma hora e não voltou mais. Só dois dias depois, pra acertar as contas.

De outra feita, um redator se demitiu e foi reclamar de mim no Recursos Humanos. Que horror.

No Jornal do Comércio, ainda não aconteceu nada deste tipo. Mas mandei um mail coletivo forçando os repórteres a lerem (e comentarem) no meu blog. Vão querer pagar pra ver?

exercício (de lógica)

Cada vez que almoço pizza ou comida chinesa na frente do computador, com o telefone na orelha - e isso acontece três vezes por semana -, lembro do meu professor de educação física do 3º ano, o Raul. Num dos últimos dias de aula, ele teve uma conversa com a gurizada, para dizer que, agora que iríamos deixar o colégio, a maioria de nós nunca mais faria qualquer exercício físico.

Como é que eu fui deixar o cara ter razão? Me matriculei três vezes em academias diferentes, na yoga, no vôlei e comprei uma esteira. Fiz o Ricardo fazer o frete de uma bicicleta ergométrica, excelente cabide. Mas cada vez que subo dois lances de escada, chego resfolegante ao topo.

Estou muito junkie. Na sexta-feira, vazio, ovelha e litros (e isso não é uma figura de linguagem) de cerveja. Sábado, champanhe com queijos (à tarde), cerveja e churrasco de novo. Domingo, passei a gelatina pra chegar com condições de jogo na festinha da zizou, com cachorrinho e litros (de novo, não é figura de linguagem) de cerveja.

Fiz um teste da Veja, que me disse que morrerei aos 49 anos, do jeito que as coisas vão. Aí, me caiu a ficha: se vou morrer tão jovem, como é que vou perder tempo fazendo exercício?

tchã!

4.3.07


o que é o que é que só se faz sentadinha no banheiro e de preferência de luz apagada? ah, mentes sujinhas, perderiam pontos em uma hipotética (e improvável) trívia sobre etiqueta. é palitar os dentes, em LEÃO, Danuza. Na Sala com Danuza.

odeio palitar os dentes. mas também odeio fio dental, ele desmancha no meio dos dentes e, além da carne, fica um fiapo impossível de ser removido. descobri há pouco, por intermédio do meu namorado, as incríveis e revolucionárias escovas interdentais.

achei que vocês deveriam saber o que eu tava fazendo esse tempo todo, ora bolas. só dei uma saidinha pra escovar os dentes.

eu voltei, agora pra ficar

assim espero, ao menos.
antes de ser acusada de preguiça plus - não é possível que uma pessoa NÃO consiga postar NADA em meses -, estive ocupada. ocupadíssima.
agora, melhorou afú. mas é óbvio que agora ninguém mais lê isso. damn.