retomando o blog com um dedinho de prosa

19.9.07


resolvi aproveitar a geladeirinha da firma pra resolver dois problemas crônicos: o meu atraso de pelo menos vinte minutos todas as manhãs para tomar café e a qualidade do café propriamente dita, que era tomado em casa às pressas, em pé.

pois isso já tem algumas semanas. e, tendo em vista que moro com outras cinco pessoas, nunca me ocorreu que pães de sanduíche, litros de leite e frios estragassem tão rapidamente quando dependem de um só comensal. sim, mesmo fechados e/ou na geladeira, mãe.

o estrago já contemplou um pote de requeijão, umas dez fatias de pão light westphalen, pacotes fechados de blanquet de peru e meio litro de leite, pelo menos, além de alface e tomate.

hoje, me rendi ao leite em pó, com margarina, que não azeda, e torradinhas, que não mofam. tão sem graça, mas, mesmo assim, compensam o acordar um bocadinho mais tarde.

pelo menos a piada se salva

12.6.07


lá em casa, temos a mania de só dar parabéns depois do horário que a pessoa nasce. pois bem.

nasci às 11h15 de uma manhã fria de terça-feira, em rio grande.

28 anos depois, às 11h, eu atravessava de carro a avenida taquara quando fui abalroada por um motoboy.

o amassado foi feio, mas o motoboy alex não sofreu nenhum ferimento. chamei a eptc.

às 11h15, exatamente, um azulzinho toma minha carteira de motorista em suas mãos para copiar os dados para o b.o.

ele lê a data de nascimento. olha para mim com um ar canalha e diz:

- parabéns.

do casamento, da intimidade...

31.5.07


a arte de comer fora de casa

30.5.07


a idade está chegando e mesmo assim não consigo me comportar dignamente em restaurantes. ok, parei de desaparafusar a tampa do paliteiro, de fazer um mix de refri, farinha, sal e vinagre num copo e de juntar duas cadeiras pra dormir enquanto os adultos conversam. mas continuo fazendo bonito no mau comportamento e, por sorte, carregando comigo gente que faz igual ou simplesmente não se importa. senão, vejamos três pequenos exemplos:

- EL VIEJO PANCHO - há cerca de duas semanas, derramei um copo de cerveja por cima de um de coca-cola e os dois despencaram em cima da carteira nova que uma amiga havia trazido da europa uns dias antes;


- SPINA - fizemos piadas com o garçom na frente dele, gargalhamos histericamente, a maíra deve um engasgo praticamente fatal e recebemos um olhar horrorizado de uma senhora acerca da pauta politicamente incorreta que debatíamos alguns decibéis acima;


- SALVIA PIZZA - neste foi pouca coisa. só desmanchei as bolachas de chope até virarem papel reciclado;

- SALVIA PIZZA, A MISSÃO - desta vez, a má-criação não foi minha, mas acho de suma importância registrar.

pedimos 3 pizzas grandes entre 7 pessoas. comemos a primeira toda. chega o garçom, piadista afú, deve ter saído de um rodízio.

garçom sério, muito sério, sério mesmo - não gostaram da pizza? eu levo embora.
acabamos com as pizzas, ele voltou à carga:
garçom sério, muito sério, sério mesmo - não querem uma pizza doce?
todos, em uníssono (tá, não é verdade, mas seria engraçado) - nãaaaaao
garçom sério, muito sério, sério mesmo - uma média de morango dá uma fatia pra cada um e sobra um pedaço pra mim.

pedimos a pizza, comemos. no final:
garçom sério, muito sério, sério mesmo - ué, não vão querer sobremesa?

e na hora da conta:
garçom sério, muito sério, sério mesmo - só não aceitamos cheque de são paulo (para uma pessoa que preenchia um cheque adivinhem de onde?)

se eu vier a faltar

29.5.07


freud (de barba, ao lado da mãe, Amalia Nathanson) estava certo. a culpa é sempre da mãe.


quando eu estava na primeira série, em 1986, quase rodei por falta. tive 45 ausências no ano letivo, que tiveram que ser muito bem negociadas com as freiras do santa inês. é que, quando tava frio, minha mãe não me levava no colégio. e olha que eu estudava de tarde.


na segunda, não melhorou. a incubência de me levar pro colégio caiu nas mãos do meu pai, uma pessoa que não considera meia hora atraso. meu pai me ensinou a tomar café em pé na pia pra ser mais rápido. invariavelmente, eu chegava depois do horário. pra uma tímida patológica, um drama terrível, já tava todo mundo sentado e eu chegava depois. neste caso, se poderia argumentar que a culpa é do pai, mas que foi a louca que me deixou nas mãos dele?


ou seja, só pode vir daí essa vontade louca de matar o trabalho e a aula no inverno, e essa mania de estar sempre correndo atrás do relógio. se um dia eu vier a faltar, como dizia o dr. roberto marinho, não me culpem: reclamações no guichê da dona katia.

por favor, aceite esta manga

28.5.07


confesso que tinha enchido o saco do orkut. muito spam, muita gente que eu não conheço tentando ser minha amiga (pra que, meu deus?), parecia que tudo o que tinha pra acontecer, já tinha.

qual não foi a minha supresa quando vejo agora que a única alegria da minha vida - pelo menos até esse frio de matar polaco terminar - é entrar em comunidades bizarras no orkut. "sofri um acidente geográfico", "niilismu miguxu", "confabulando até o chão", "maratona de tetris humano", "por favor, aceite esta manga" são algumas das tribos a que me associei nos últimos dias. sem participar, claro. só saber que estas imprescindíveis comunidades que reúnem pessoas com tanto em comum estão ali, ao alcance do mouse, me faz mais feliz.

não contente em me divertir sozinha com isso, fico deixando scraps para os amigos com indicações bizarras. se tu é meu amigo no orkut, não se espante e, por favor, aceite esta comunidade.

xô, eufemismo

27.5.07

as pessoas têm que ser mais claras com o que querem, eu simplesmente não entendo eufemismos – e não sou a única. taí a maria paula (assim que tiver tempo, lincarei aqui o maravilhoso blog dela, www.banhodeloja.blogspot.com) que não me deixa mentir.

sábado último, aboletamo-nos para assistir ao show da gilez (www.gilez.com.br) nos sofazinhos do vermelho 23 – mi-ra-cu-lo-sa-men-te vazios. na primeira cerveja, senta uma menina do lado da maria, se vira pra gente e dispara, solene:

- oi, gurias, hoje é meu aniversário.

a maria, simpaticona, diferente de mim, que simplesmente ignorei a guria, diz, prontamente:

- olha só, parabéns!

se vira pra mim e pergunta:

- tu conhece, clá?

e eu sacudo a cabeça, em negativa efusiva. a menina volta à carga:

- olha só, o que eu quero dizer é que é meu aniversário e eu reservei esse espaço aqui há um tempão.

e nós, ainda sem entender, sacudimos a cabeça afirmativamente, grunhimos uns “ah, legal”

- eu queria dizer que eu reservei o lugar pra receber meus amigos.

e TUM, finalmente cai a ficha aqui. digo:

- aaaaah, tu quer que a gente vá embora?

- não, não é bem assim, espero que vocês entendam, gurias.

e a gente passou o show todinho de pé, fazendo quentinho no corredor. pior que tava bem melhor que sentada, juro.

melancolia na sexta de noite*

25.5.07

estou de saco cheio de ser adulta. de saco cheio de ter contas a pagar, de ter que tomar decisões, de ter que acordar cedo pra trabalhar e dormir tarde porque tava trabalhando. confesso, eu quero que a minha mãe não deixe eu sair todos os dias, que o meu pai reclame da saia curta. quero ir pro colégio, matar o quarto período depois do recreio e comer um enrolado de presunto e queijo na padaria com a talita e a juliana - as minhas amigas do colégio que eu infelizmente nunca mais vi.


isso tudo porque acabo de me dar conta que não passei o valor do inss de um emprego pro outro; que não paguei a fatura de um cartão que vencia hoje; que preciso pagar o contador, aliás, que preciso fechar a minha empresa; que to com gastrite; que to cheia de dúvidas e tenho que tomar decisões; que não vou fazer nada daquilo que eu queria nos próximos dias...
*excepcionalmente, não tentarei ser engraçadinha. voltaremos com a nossa programação normal.

campanha deixe um cd bizarro pelo mundo

15.5.07


tenho a mania chata de não identificar os cds de mp3. chata pros outros, porque acho ótima a supresinha “hum, o que ouvirei agora?”


vindo pro trabalho, abri o case de cds, tinha um em branco que não era lá muito familiar. é esse, enfiei no som. e toca o setlist, mais ou menos na forma que segue:


doida demais – de os normais
toda forma de poder – engenheiros do hawaii
cidade maravilhosa – a marchinha
um tapinha não dói - o funk
carruagens de fogo – a lenda
mc sargento - a genialidade


e por aí afora, donde me surgiu a idéia de criar uma campanha: deixe um cd bizarro pelo mundo. grave suas músicas mais constrangedoras, engraçadas, divertidas e abandone em praças, bares, livrarias, consultórios dentários. faça o dia de alguém mais feliz. quem deixou esta pérola no meu carro, certamente deixou o meu.

ó, dia, ó, céus

11.5.07



ruim - ficar gripada. fico com um mau-humor muito além do aceitável.
pior - ouvir o diálogo abaixo mil vezes por dia:
eu - atchim!
alguém 1 - saúde. bá, tu tá te gripando. (não brinca)
alguém 2 - também, com esse tempo louco, ninguém escapa. minha prima (tia, filha, irmã) está de cama.
alguém 1 - toma um chá (um naldecon, um melagrião).
eu - atchim!
alguém 1 - parece rinite. tu não tem alergia?



... o tempo é curto e estamos quase já com 30

9.5.07


bem-aventurados os boca-abertas, que deles é o reino do senhor

2.5.07


vou revolucionar a teologia com um caso empírico: deus não gosta mais das criancinhas nem dos pobrezinhos. ele gosta é dos boca-abertas.

já deixei cair meu celular embaixo de um ônibus em movimento, e ele freou em cima. perdi as contas de quantas vezes deixei os vidros do carro abertos na rua. dia desses, três horas depois de chegar no trabalho, o guarda me ligou e pediu que fechasse os vidros - porque ia chover. deixei o carro com a chave na ignição às 23h em frente à uma farmácia na bom jesus.
coincidência? acho que não.
hoje, pensei que o milagre ia cair por terra. sexta-feira, abasteci o carro num posto br na protásio. como estava dura, coloquei 50 reais, paguei no redeshop, belezinha, fui pra vida.
corta.
cinco dias depois, estou adiantada para o trabalho, o que fazer? pus-me a limpar a bolsa. tirei todos os papeizinhos de dentro e deixei numa mesa lá em casa pra jogar no lixo.
corta.

no trabalho, toca o telefone:

- fala mãe
- clarissa, tu colocou gasolina no carro sexta?
- sim
- é que tu pagou 500 reais.
- ...
um zero a mais e eu tinha pago por gasolina suficiente para abastecer meu ônibus espacial e não meu pobre palio. me apavorei, saí do trabalho abanando as tranças, no caminho pensei em como resolver o problema, chorando, rastejando, implorando...?

estacionei calmamente, de óculos escuros, desci do carro pronta pra briga.

- mas eu estava só esperando a senhora!, grita o frentista, de braços abertos. e me dá os 450 reais em dinheiro.

obrigada, senhor, protetor dos boca-abertas.

literatura

1.5.07

ninguém me perguntou, mas li no blog da márcia (e olha a preguiça de lincar de novo, desculpaí, gente) uma corrente pra listar os cinco personagens da literatura que eu traçaria. esta corrente de mail é sensacional, dificilmente se repetirão os personagens, porque literatura, como a gente bem sabe, cada um imagina como quer.

como a márcia listou com maestria o povinho internacional, vou falar dos brasileiros, que, como todo mundo sabe, é o povo mais quente, que mais transa e que mais mente no mundo. Como eu leio muito, mas tenho memória de peixe dourado, listarei os 4 que me ocorrem.

1. Mandrake, de vários livros do Rubem Fonseca, como A Grande Arte. Detetive irônico, sexy, canalha e muito, muito inteligente. Meu tipo horrores.

2. Rodrigo Cambará, de O Tempo e o Vento, do Erico Veríssimo. Tanto o Capitão (sem a cara do Tarcísio Meira, thank you very much, globo) quanto o doutor, traçava certo. Os dois têm um jeito divertido e sem compromisso de encarar a vida, hedonistas (o doutor ainda carrega alguma culpa no coração, mas o capitão...) Sem contar que tenho uma tara por bombachas. Pronto, falei.

3. Vadinho, de Dona Flor e Seus Dois Maridos, do Jorge Amado. Eu já gostava dele antes de ser o José Wilker. Mas, quando ele virou o Edson Celulari, nossa, sem condições. Boêmio, jogador, seresteiro e galinha. Procura-se vivo ou morto.

4. Vasco, não o time, mas o primo da Clarissa, do Erico Veríssimo. Não queria repetir escritores, mas este entra por razões sentimentais. Além de ele ser idealista, forte, meio bicho-do-mato, passei a infância achando que o meu namorado teria esse nome. Pobre criança.

melhor piada já feita

28.4.07

Naquele dia, saiu Jesus e sentou-se à beira do lago. Seus discípulos se ajoelharam à sua volta, e disse Jesus:
- João, beija a minha mão!
João levantou-se, aproximou-se de Jesus e beijou-lhe a mão.
- Tomé, beija o meu pé!
Tomé levantou-se, aproximou-se de Jesus e beijou-lhe o pé.
- Nicolau, por que te afastas?


expressões clássicas da escatologia

por anos, nenhum sentido na expressão 'queimar a bota'. até o ano passado.

'o que eu vou fazer com esta bota vermelha?', pensei eu, no inverno dois mil e seis. essas idas a novo hamburgo para comprar sapatos de ponta de estoque tem destas coisas, um bico fino amarelo-gema ou um salto alto de bolinhas se tornam compras excelentes (comprei os dois, juro).

a bota vermelha foi assim, e ficou guardada por um ano. um dia, minha superfashion amiga pauletti usava uma botinha marrom manchada, coisa mais bacana. e era customizada. 'minha amiga me ensinou, a gente rega com azeite e coloca no forno, fica assim'.

pô, sensacional. tenho azeite, tenho forno, tenho uma bota inútil que poderia ficar bonita manchada. minha mãe, incrédula, 'tem certeza? no forno?' não dei ouvidos, reguei a bota que nem um bacalhau, acendi o forno - bem baixinho -, enfiei a bota numa fôrma.

acho que cabe registrar aqui que não sou uma exímia cozinheira, por impaciência. acabo comendo arroz meio cru, massa al dente demais, molho ralo. mas desta vez, não. desta vez, a bota ia ficar perfeita, vou deixá-la um bom tempo no forno. (não posso acreditar que pensei nisso realmente)

dez minutos depois, vi o verdadeiro significado da expressão queimando a bota. ela derreteu, couro, salto, tudo grudou na forma, uma beleza.

mas o pior foi o cheiro. e aí tudo passou a fazer sentido.

Vote no rei

25.4.07


Depois de todo mundo, vi A Rainha no cinema neste fim-de-semana (bacaninha, hein?). Coincidentemente, um post do Menezes em seu blog (tá ali do ladinho, to com preguiça de lincar) lista dez coisas que ele faria se fosse rei (ok, ele só colocou quatro, mas já dá pra ter uma idéia).

Admito: acho a monarquia bacana. Uma das minhas maiores frustrações é que o plebiscito pela forma de governo aconteceu quando era uma fedelha e não podia votar – assim como as eleições de 1989, mas isso é outra história. Não faço idéia dos jingles do presidencialismo e do parlamentarismo, mas o verso “justiça e paz dentro da lei, vote no reeeeeei” nunca mais saiu da minha cabeça. Aliás, “votar no rei” é um contra-senso dos mais bizarros, mas isso não tem nada a ver com a história.

Qual o problema de termos monarquia no Brasil, afinal? Ok, teríamos que sustentar sanguessugas que nada fariam a não ser nos representar pelo mundo; mas isso, vamos combinar, já fazemos, e os atuais têm muito menos classe. Afora estes detalhes, teríamos mais celebridades para idolatrar e, com sorte, os orleans e bragança seriam muito mais levados da breca que os windsor: finalmente teríamos tablóides!

Enfim, levada por um louco desejo de poder, fiquei com vontade de listar também o que eu faria se fosse rainha. Entupida de banalidades, é claro, pra isso que servem as rainhas. Invente a sua.

1. Capital - Em Barretos, é claro. Mas Barretos deixaria de ser no interior de São Paulo e passaria a ser no Rio de Janeiro.

2. Conselheiro – Teria um excelente conselheiro real, disposto a me ouvir dia e noite sobre assuntos de suma importância (“vou de preto ou marrom?”), mas ele teria de ser taxativo nas respostas (“preto, é claro”), numa clara alusão ao movimento pelo fim do conselho “tu quem sabe”, isso não serve de nada.

3. Cabeleireiro 24 horas – Alguém para escovar, lavar, secar, chapar e enrolar meu cabelo. E fazer tudo de novo. Pode incluir no séquito a manicure, a massagista e outros prestadores de serviço.

4. Segurador de guarda-chuva real - Dispensa explicações nesta chuva de hoje.

5. Noite - Baixaria um decreto forçando que as festas começassem às 21h e se estendessem até a hora que eu quisesse ir embora, para que eu não perdesse nada. Ah, quer ficar mais? Cortem a cabeça!

Acho que por hora estas medidas estão de bom tamanho. Dispensados.

outros

24.4.07

sabe quando as pessoas dizem que fulano tem outro por dentro, não no sentido sexual,é claro, mas sim “ei, que atitude inesperada vinda de fulano”?

pois é, meu caso é mais esquisito: eu tenho outra por fora.

tem uma clarissa, a de dentro, que acha razoável aprender a nadar aos 27 anos, que pode sim ter cabelos compridos até os 40 (ou até os 80, e daí?), que pirulito é um lanche como outro qualquer.

e tem a clarissa de fora, que fica me cuidando. vez por outra (juro), posso ouvi-la rindo da minha cara e das minhas atitudes.

mas eu pego essa cretina no contrapé. tudo bem, não aprendi ainda a nadar, depois dos 35 pretendo mesm0 manter os cabelos mais curtos, to deixando pra chupar pirulito em casa. mas hoje sacaneei: fui para o trabalho ouvindo hips don’t lie, da shakira. mas, pra ela não escutar, com os vidros do carro bem fechadinhos.

paixão

23.4.07

a verdade é que os sinais já estavam ali, eu que não tinha percebido. primeiro, era apenas um amigo, a quem eu podia recorrer quando tinha alguma dificuldade. sempre de braços abertos, ouvia pacientemente as minhas dúvidas e, milagrosamente, tinha resposta pra tudo. quando não tinha, me indicava algum caminho a seguir.

quando eu menos esperava, este sentimento foi crescendo, porque ele foi me oferecendo mais e mais de si. as conversas foram ficando mais freqüentes, por e-mail, no bate-papo instantâneo, em rodas de amigos. quando vi, até pelo celular mantínhamos contato, ele sempre disponível, maravilhoso.

é isso. me apaixonei, não sei mais viver sem ele. google, te amo.

Análise aprofundada do aquecimento global

20.4.07


minha filósofa preferida, wanessa camargo, autora da antológica frase “a fila anda”, nos brindou com mais uma pérola do saber. ela comentou com jornalistas que o aquecimento global a está preocupando: dia destes, ela usou uma minissaia em são paulo, ora, onde já se viu, uma terra costumeiramente fria para quem está acostumado ao rio. pobre wanessinha.

não há como negar, o aquecimento global é uma falta de respeito com as pessoas. em pleno meio de abril, um gaúcho, veja bem, não um qualquer, um cidadão de bem, que paga seus impostos e mantém a cidade limpa não pode usar uma calça jeans e mangas compridas sem derreter como uma calota polar. a saída é requentar as roupas de verão, saias, blusinhas, calças curtas.

só que a corzinha que foi adquirida nas areias de ibiraquera nas férias de janeiro já foi pro espaço. dá pra dividir o corpo em off-white (branco normal) e white (brancura padrão omo). quando a única saída parecia ser fritar em uma cama de bronzeamento artificial, eis que surge nas prateleiras da farmácia o melhor dois-em-um desde o rádio com toca-fita: dove summer tone, o hidratante que bronzeia. por apenas 15 reais, pele macia, cheirosa, levemente melequenta, mas bronzeada sutilmente.

a aplicação é um tédio. diferente do hidratante, não dá pra passar a bangu, correndo-se o risco de fazer o estilo zebra. demoooooora a secar. na embalagem, fala em alguns minutos. pra mim, alguns minutos sem fazer absolutamente nada, parada em pé na frente do ventilador, podem ser no máximo dois minutos. mas acho que não baixa de 20. usei só duas vezes até agora, eles prometem resultados em cinco dias ou seu dinheiro de volta (a propósito, alguém aí usou esse expediente com algum produto?). no entanto, já dá pra notar que o branco-posso-ver-minhas-veias diminuiu. por enquanto, to recomendando. mas, se ficar terracota, como é que eu tiro isso?

numa folha qualquer...

15.4.07


não é do meu feitio chorar em casamentos (uma exceção feita ao enlace da laura e do fabiano, mas aí os votos é que me nocautearam. sentimento, hein, gente). mas ontem, no casamento do rivo e da fabi, não deu pra segurar. tocar "aquarela" instrumental na igreja é pra pisotear a clarissa.

"aquarela" é a música que mais me faz chorar na vida. só de escrever, meus olhos se enchem de lágrimas. não faço a MENOR idéia da razão de isto acontecer. a música é fofinha, era para lembrar a faber-castell, os lápis de cor e fim de papo.

mas não. basta começar os primeiros acordes para a reação começar. o olho enche d'água, eu tento olhar pra cima pra ver se as lágrimas entram de volta e não me arruinem a maquiagem. não funciona. antes do "descolorirá", já estou em pranto solto. constrangedor.