o sexo, a cidade, a insônia

30.11.05

não adianta. meu negócio é friends. a única maneira de levar um seriado americano a sério é que ele ria de si mesmo.

to assistindo a sex and the city, a quarta temporada mui gentilmente emprestada pela lari.

é um seriado, dura meia hora cada episódio, tem encontros e desencontros de um grupo de amigos, fez um sucesso danado, se passa em nova iorque, justo que nem friends.

mas, meu deus, como aquela gente carece de humor. joey transou com todas as mulheres com quem cruzou em friends, mas nunca seria tão inverossímil quanto samantha. miranda - provavelmente a personagem mais CHATA já interpretada por um ser vivo - torna ross o cara mais engraçado do mundo. monica era a fim de casar e ter filhos, mas nunca virou uma charlotte, dona-de-casa e aborrecida.

rachel, a fútil-maníaca-por-sapatos-e-(ex) nariguda, não se leva tão a sério quanto carrie, mais do que nunca a estranha. no episódio que acabo de ver, ela ganha um ibook do namorado e a reação dela só foi pior do que o que eu esperaria do solon ganhando um produto apple. "oh, ele quer resolver todos meus problemas, não respeita minha individualidade enquanto pessoa". chata, chata, chata. isso não é problema de verdade. falta uma louça pra lavar, um tanque de roupa pra esfregar, uma conta bancária no vermelho.

ou pode ser que realmente não haja a menor chance de um seriado sem chandler bing ser bom.



em tempomeu namorado resolveu me contar que tem um blog misterioso. espero que no rastro desta revelação, não surjam mulher e filhos em cachoeirinha ou taras com animais.

agora, vamos combinar

27.11.05

comemorar título maloqueiro de segundona é que nem colocar faixa na frente da casa de praia em quintão

"parabéns, grêmio. bixo terapia ocupacional fapa"

frustração

23.11.05

já quis ser advogada, porque achava simplesmente sensacional o clima de tribunal, aquela solenidade toda, o réu de olhos baixos, o júri, a peruca do juiz, os móveis de mogno. adoro filme de julgamento.
me frustrei horrores quando, em uma ação na justiça, descobri que as varas são mesmo uma porcaria (e soa o alerta de trocadilho ruim). uma saleta sem glamour, juízes sem toga e o que é pior, móveis de compensado.
mas na semana passada foi pior. convocada para ser testemunha em um caso na justiça do trabalho, mal podia esperar para dizer tudo o que eu sabia sobre o caso.
- o que você estava fazendo no dia 30 de abril de 1999?- hum, hum, eu... ãhn- meritíssimo, ela não sabe! - culpada!
e lá iria eu para a cadeia. adoro filme de cadeia.
eis que fiquei das 9h ao meio-dia no 3º andar do tribunal regional do trabalho, em frente à 9ª vara (uia). e eu nem fui chamada para testemunhar. e o caso já terminou. que fracassada.

Sobre ser jornalista

22.11.05

tenho a plena sensação de que vou começar a não gostar mais de ser jornalista em alguns anos. não pelo trabalho em si, mas por o que o envolve.

ser jornalista implica em fazer frilas para complementar um salário que não dá para quase nada;

ser jornalista implica em, por causa destes frilas, passar fins de semana de folga trabalhando;

ser jornalista implica em procurar fontes no domingo. e ligar para estas pessoas no domingo de noite pedindo o impossível;

ser jornalista implica em telefonar novamente para a única pessoa que se propôs a ajudar para dizer que o e-mail não chegou às 21h51;

ser jornalista implica em escrever cinco páginas de texto estiloso, conforme pedido do editor, mesmo com preguiça, sono e dor nas costas, nada estimulantes;

ser jornalista implica em saber que, quando terminar finalmente este texto, ainda há dois trabalhos bem grandes para finalizar. sempre num prazo razoável, contado não em dias, mas em horas;

ser jornalista é ser uma lebre na hora de entregar o texto, mas ser tartaruga para receber...

reminiscências

18.11.05

acabo de receber um mail do amigo secreto.com, um site que faz o sorteio virtualmente, e me deu uma melancolia... este deve ser o primeiro ano em uns seis ou sete que não vai ter amigo secreto entre os meus amigos. vai ser quase impossível reunir a todos, fabiano em buenos aires, renata e emi em são paulo, além dos que estão aqui pertinho, mas que, por uma razão ou outra, não vejo há tempos.
e pensando no amigo secreto, passei para o ano-novo, que deve ser também todo separado, uns trabalhando, outros viajando para lugares diferentes.
é pouco provável que se repita um ano-novo como o da virada de 99 para 2000, quando a santa ceia foi em rainha do mar e a simone deu uma festa quebra-tudo que tinha até o cantinho da simpatia.
ou como o de 2000 para 2001 (ou será que foi 2002? desculpem, velho tem disso, faz reminiscência e ainda esquece a data), quando alugamos uma casa em capão da canoa, finamente decorada com fotos de mulher pelada por filipe e emiliano, que descobriu as alegrias de um creme à base de aloe vera. quando enchemos o saco do dj solon para tocar ivete sangalo e, quando ele finalmente o fez, saímos em trenzinho rua afora e o deixamos sozinho ouvindo a música.
quanto ao carnaval, melhor nem lembrar. no último que passei com o pessoal reunido, na pinheira, a elisa era um fetinho e agora tá uma mocinha que escolhe vestido para ir em casamentos. duas piscinas. augusto ganha o apelido de serra elétrica. márcio tenta argumentar com o caseiro em uma legítima moral de cuecas.
mesmo que eu passasse o ano-novo em nova iorque e o carnaval na costa do sauípe não ia ser tão divertido... ok, na verdade seria, mas com vocês ia ser bem melhor.
acho que eu to vendo muito friends.

rapidinhas

16.11.05

- a sede do Inmetro, aquele instituto que diz se o produto presta ou não, fica em Xerém, terra natal de Zeca Pagodinho. cada um conclui o que quiser.

- por que a caixa federal tem financiamento para a casa própria para quem ganha acima de 4,8 mil e para quem ganha abaixo de 1,8 mil?

- por que os cientistas fizeram uma pesquisa para comprovar que sair desagasalhado (parece um ninho de mafagafos) causa resfriado? amanhã, vão divulgar que desobedecer os mais velhos é feio?

piscinão

12.11.05

nunca pensei que ia virar aquelas velhas - de qualquer idade - que cuidam do cachorro como se fosse um filhinho, compram brinquedinhos, comidinhas, etc.
até a preta.
aí, fodeu.
na primeira semana, dei de solteirona clássica, indo no súper sexta de noite e saindo com um pacote de ração, um brinquedo de bebê humano e uma braçada de ossinhos comestíveis. não saía de noite para não deixá-la sozinha. deprimente, enfim.
mas hoje deu-se a superação. preta penava com o calor e o que a "mamãezinha" dela fez?
se enfiou no carrefour em pleno sábado de tarde em busca de uma piscina para o bebê se refrescar.
valeu a pena. tava ou não divertido?
mais fotos aqui

de um fim de semana desses aí

9.11.05

"A um minuto de uma hora da manhã, tenho 2,8 mil caracteres dos 7 mil que preciso espremer a cabeça para despejar na tela do word antes das nove horas da mesma manhã.

Não consigo pensar em um lead decente e isso me faz navegar desesperadamente por sites, blogs e afins em busca de uma palavra que desencadeie a idéia que está latejando em algum lugar dos meus miolos mas que não sai de jeito nenhum. Tenho a história, tenho o tema, tenho os depoimentos, só não tenho o insight.

Ainda vou escrever um livro chamado Jornalismo for dummies. Com receitas testadas-e-aprovadas de leads, subleads, títulos e encerramentos. E ganhar dinheiro. Aí, eu nunca mais ficarei até dois minutos depois da uma da manhã enrolando com bobagens em vez de trabalhar, porque estarei extremamente rica, huahuahuahua."

tava me fazendo falta um blog, hein?

ah, mulheres

8.11.05

pensei que já tivesse descoberto todas as coisas bizarras a respeito da minha vó. casou grávida e de preto, se divorciou com cinco filhos pequenos, teve cinco maridos, escreveu um livro de poesias eróticas. eis que neste fim de semana estava distraída enquanto ela conversava com a minha mãe :

vó - lá em rio grande é brabo, tem muito banhado.
mãe - é, muito úmido
vó - lembro que uma vez eu estava brincando com meu primo, o briones...
eu - epa, epa, epa, meu primo o quê?
vô - ué, meu primo briones. briones de biase.

momento traça

6.11.05

terça-feira, 19h, primeira incursão pela feira do livro:

- feliz ano velho, marcelo rubens paiva - como a própria contracapa do livro diz, é o segundo mais lido pelas candidatas a miss depois de o pequeno príncipe. embora meu último desfile de beleza tenha sido aos sete anos concorrendo ao título de a mais bela prenda do meu condomínio (e perdi), já tinha lido a metade do livro esperando por alguém que não lembro quem era na saraiva megastore. ler a outra metade saiu por 5,00.

- como fazer amigos e alienar pessoas, toby young - odeio jornalista que se acha, que comenta como quem não quer nada 'o germano (rigotto) me disse ontem que...', 'o zé otavio (germano) me perguntou o que eu achava', 'a petrobras não patrocinou meu programa porque denunciei o pt'. por isso, uma autobiografia de um jornalista que se acha, mas que tem consciência disso, cai como uma luva. 20,00.

- os nus e os mortos, norman mailer - 'a obra-prima do maior escritor norte-americano vivo', como diz a capa, por 23,00; a conferir.

domingo, 15h30min, segunda (e última), incursão pela feira do livro:

- Asterix e o caldeirão - diversão garantida por 10,00. e ainda tem gente que paga putas, fuma maconha ou vai ao dado bier.

- não verás país nenhum, ignácio de loyola brandão - o primeiro livro que li do cara foi 'zero', dica da clarissinha para o nosso círculo literário que nunca saiu do primeiro encontro. como foi bacana e custava 2,50, vamos ver a que veio.

- astrologia, sexo e amor, sydney omarr (sic) - culpa da márcia. 2,50

- a gravura no rio grande do sul 1900-1980, carlos scarini - a trabalho. há de ser útil. 5,00

- a vida sexual da mulher feia, cláudia tajes - até que enfim um lançamento. dica da cássia. mas, honestamente, gostei mais de as pernas de úrsula. 19,90

- memórias de minhas putas tristes, gabriel garcia márquez - ótimo, ótimo, ótimo. e ainda nem li, mas tenho certeza absoluta de que é excelente. 19,90

- as intermitências da morte, josé saramago - fiquei duas horas e meia na feira do livro, debaixo de chuva, em cima de poças d'água, passando frio. mas porque eu gosto. agora, o ricardo odeia multidão, desconforto e seria capaz de assassinar um flanelinha. mas foi comigo, estacionou o mais perto possível da praça da alfândega, carregou as sacolas, parou em cada saldo, me protegeu da chuva. e ainda assim sou canalha o suficiente pra comprar um livro que eu quero ler de presente pra ele em agradecimento. ainda bem que ele também gosta... mas não duvido que eu o leia primeiro. 28,00

inmetro

5.11.05

podia ter saído de um comercial bizarro que dá no multishow, mas aconteceu na vida real.

hoje de tarde, nada para fazer, enfiei uma camisinha jontex lubrificada no dedo, coloquei pasta de dente na ponta e fiz uma loucurinha. tentei escovar os dentes da preta, que está com um bafo de dragão.

não fui muito bem sucedida, mas após arranhadas, mordidas e unhadas, a camisinha foi a única coisa que sobrou intacta da experiência.

portanto, lembrem-se, moçoilas e rapazes, jontex lubrificada, resistência sem igual.

dos livros

3.11.05

há livros que estão por aí, picando na área, esperando um mais talentoso pra pôr a mão na massa. se alguém aí se habilita, lá vão algumas:

- misterioso homem em coma num hospital de são paulo. esta é sensacional. o paciente de 30 anos está na UTI desde o dia 21 de agosto e ninguém consegui identificá-lo.

- na mesma linha, o pianista que perdeu a memória e foi internado num hospício na europa. o cara é um talento, mas ninguém sabia quem diabos ele era – nem ele. agora, não sei em que pé está, mas o mote vale.

- essa é de ficção: uma garota cuja mãe escolhe seu nome ao ler uma revista na manicure quando estava grávida - Vanite Fér. ok, ok, só uma idéia.

escolha abaixo seu modo de ver a vida

1.11.05

acabo de descobrir que ganhei dez pilas na lotofácil. puxa, que sorte.

com um numerozinho a mais, ganharia 1,3 mil. putz, que azar.

da relatividade do preço

quando eu fazia reportagem de varejo - subiu o preço do pão, caiu o valor dos hortifruti, as roupas estão pela hora da morte -, na época de ano-novo, natal e páscoa fazia muita pesquisa de preço pra ver quanto o pobre do consumidor ia gastar a mais que no ano passado para assar o seu peru, seu porquinho ou seu bacalhau.

é deste último peixe que eu queria falar. o preço do quilo era sempre uma fábula, perto de 100 reais no mercado público. e eu achava aquilo muito estranho, embora goste de bacalhau, nunca entendi esta preferência. cem pilas dá pra comprar um bastantão de picanha, que é muito mais gostosa.

fui no endocrinologista na sexta-feira e descobri que havia perdido 1,5 quilo, que, somando-se às perdas de peso desde maio, chega-se à marca histórica de dez quilos a menos sob minha alva pele. excelente, saí do médico 60 reais mais pobre, mas cantarolante. enfim.

o que isso tem a ver com o bacalhau? tudo. ao todo, nestes cinco meses, gastei cerca de 600 reais, em consultas, comida light e medicamentos. divididos por dez - a perda total -, chego à conclusão que valho 60 reais o quilo, 120 reais por mês, portanto.

pelo menos o bacalhau é só uma vez por ano.