do casamento, da intimidade...

31.5.07


a arte de comer fora de casa

30.5.07


a idade está chegando e mesmo assim não consigo me comportar dignamente em restaurantes. ok, parei de desaparafusar a tampa do paliteiro, de fazer um mix de refri, farinha, sal e vinagre num copo e de juntar duas cadeiras pra dormir enquanto os adultos conversam. mas continuo fazendo bonito no mau comportamento e, por sorte, carregando comigo gente que faz igual ou simplesmente não se importa. senão, vejamos três pequenos exemplos:

- EL VIEJO PANCHO - há cerca de duas semanas, derramei um copo de cerveja por cima de um de coca-cola e os dois despencaram em cima da carteira nova que uma amiga havia trazido da europa uns dias antes;


- SPINA - fizemos piadas com o garçom na frente dele, gargalhamos histericamente, a maíra deve um engasgo praticamente fatal e recebemos um olhar horrorizado de uma senhora acerca da pauta politicamente incorreta que debatíamos alguns decibéis acima;


- SALVIA PIZZA - neste foi pouca coisa. só desmanchei as bolachas de chope até virarem papel reciclado;

- SALVIA PIZZA, A MISSÃO - desta vez, a má-criação não foi minha, mas acho de suma importância registrar.

pedimos 3 pizzas grandes entre 7 pessoas. comemos a primeira toda. chega o garçom, piadista afú, deve ter saído de um rodízio.

garçom sério, muito sério, sério mesmo - não gostaram da pizza? eu levo embora.
acabamos com as pizzas, ele voltou à carga:
garçom sério, muito sério, sério mesmo - não querem uma pizza doce?
todos, em uníssono (tá, não é verdade, mas seria engraçado) - nãaaaaao
garçom sério, muito sério, sério mesmo - uma média de morango dá uma fatia pra cada um e sobra um pedaço pra mim.

pedimos a pizza, comemos. no final:
garçom sério, muito sério, sério mesmo - ué, não vão querer sobremesa?

e na hora da conta:
garçom sério, muito sério, sério mesmo - só não aceitamos cheque de são paulo (para uma pessoa que preenchia um cheque adivinhem de onde?)

se eu vier a faltar

29.5.07


freud (de barba, ao lado da mãe, Amalia Nathanson) estava certo. a culpa é sempre da mãe.


quando eu estava na primeira série, em 1986, quase rodei por falta. tive 45 ausências no ano letivo, que tiveram que ser muito bem negociadas com as freiras do santa inês. é que, quando tava frio, minha mãe não me levava no colégio. e olha que eu estudava de tarde.


na segunda, não melhorou. a incubência de me levar pro colégio caiu nas mãos do meu pai, uma pessoa que não considera meia hora atraso. meu pai me ensinou a tomar café em pé na pia pra ser mais rápido. invariavelmente, eu chegava depois do horário. pra uma tímida patológica, um drama terrível, já tava todo mundo sentado e eu chegava depois. neste caso, se poderia argumentar que a culpa é do pai, mas que foi a louca que me deixou nas mãos dele?


ou seja, só pode vir daí essa vontade louca de matar o trabalho e a aula no inverno, e essa mania de estar sempre correndo atrás do relógio. se um dia eu vier a faltar, como dizia o dr. roberto marinho, não me culpem: reclamações no guichê da dona katia.

por favor, aceite esta manga

28.5.07


confesso que tinha enchido o saco do orkut. muito spam, muita gente que eu não conheço tentando ser minha amiga (pra que, meu deus?), parecia que tudo o que tinha pra acontecer, já tinha.

qual não foi a minha supresa quando vejo agora que a única alegria da minha vida - pelo menos até esse frio de matar polaco terminar - é entrar em comunidades bizarras no orkut. "sofri um acidente geográfico", "niilismu miguxu", "confabulando até o chão", "maratona de tetris humano", "por favor, aceite esta manga" são algumas das tribos a que me associei nos últimos dias. sem participar, claro. só saber que estas imprescindíveis comunidades que reúnem pessoas com tanto em comum estão ali, ao alcance do mouse, me faz mais feliz.

não contente em me divertir sozinha com isso, fico deixando scraps para os amigos com indicações bizarras. se tu é meu amigo no orkut, não se espante e, por favor, aceite esta comunidade.

xô, eufemismo

27.5.07

as pessoas têm que ser mais claras com o que querem, eu simplesmente não entendo eufemismos – e não sou a única. taí a maria paula (assim que tiver tempo, lincarei aqui o maravilhoso blog dela, www.banhodeloja.blogspot.com) que não me deixa mentir.

sábado último, aboletamo-nos para assistir ao show da gilez (www.gilez.com.br) nos sofazinhos do vermelho 23 – mi-ra-cu-lo-sa-men-te vazios. na primeira cerveja, senta uma menina do lado da maria, se vira pra gente e dispara, solene:

- oi, gurias, hoje é meu aniversário.

a maria, simpaticona, diferente de mim, que simplesmente ignorei a guria, diz, prontamente:

- olha só, parabéns!

se vira pra mim e pergunta:

- tu conhece, clá?

e eu sacudo a cabeça, em negativa efusiva. a menina volta à carga:

- olha só, o que eu quero dizer é que é meu aniversário e eu reservei esse espaço aqui há um tempão.

e nós, ainda sem entender, sacudimos a cabeça afirmativamente, grunhimos uns “ah, legal”

- eu queria dizer que eu reservei o lugar pra receber meus amigos.

e TUM, finalmente cai a ficha aqui. digo:

- aaaaah, tu quer que a gente vá embora?

- não, não é bem assim, espero que vocês entendam, gurias.

e a gente passou o show todinho de pé, fazendo quentinho no corredor. pior que tava bem melhor que sentada, juro.

melancolia na sexta de noite*

25.5.07

estou de saco cheio de ser adulta. de saco cheio de ter contas a pagar, de ter que tomar decisões, de ter que acordar cedo pra trabalhar e dormir tarde porque tava trabalhando. confesso, eu quero que a minha mãe não deixe eu sair todos os dias, que o meu pai reclame da saia curta. quero ir pro colégio, matar o quarto período depois do recreio e comer um enrolado de presunto e queijo na padaria com a talita e a juliana - as minhas amigas do colégio que eu infelizmente nunca mais vi.


isso tudo porque acabo de me dar conta que não passei o valor do inss de um emprego pro outro; que não paguei a fatura de um cartão que vencia hoje; que preciso pagar o contador, aliás, que preciso fechar a minha empresa; que to com gastrite; que to cheia de dúvidas e tenho que tomar decisões; que não vou fazer nada daquilo que eu queria nos próximos dias...
*excepcionalmente, não tentarei ser engraçadinha. voltaremos com a nossa programação normal.

campanha deixe um cd bizarro pelo mundo

15.5.07


tenho a mania chata de não identificar os cds de mp3. chata pros outros, porque acho ótima a supresinha “hum, o que ouvirei agora?”


vindo pro trabalho, abri o case de cds, tinha um em branco que não era lá muito familiar. é esse, enfiei no som. e toca o setlist, mais ou menos na forma que segue:


doida demais – de os normais
toda forma de poder – engenheiros do hawaii
cidade maravilhosa – a marchinha
um tapinha não dói - o funk
carruagens de fogo – a lenda
mc sargento - a genialidade


e por aí afora, donde me surgiu a idéia de criar uma campanha: deixe um cd bizarro pelo mundo. grave suas músicas mais constrangedoras, engraçadas, divertidas e abandone em praças, bares, livrarias, consultórios dentários. faça o dia de alguém mais feliz. quem deixou esta pérola no meu carro, certamente deixou o meu.

ó, dia, ó, céus

11.5.07



ruim - ficar gripada. fico com um mau-humor muito além do aceitável.
pior - ouvir o diálogo abaixo mil vezes por dia:
eu - atchim!
alguém 1 - saúde. bá, tu tá te gripando. (não brinca)
alguém 2 - também, com esse tempo louco, ninguém escapa. minha prima (tia, filha, irmã) está de cama.
alguém 1 - toma um chá (um naldecon, um melagrião).
eu - atchim!
alguém 1 - parece rinite. tu não tem alergia?



... o tempo é curto e estamos quase já com 30

9.5.07


bem-aventurados os boca-abertas, que deles é o reino do senhor

2.5.07


vou revolucionar a teologia com um caso empírico: deus não gosta mais das criancinhas nem dos pobrezinhos. ele gosta é dos boca-abertas.

já deixei cair meu celular embaixo de um ônibus em movimento, e ele freou em cima. perdi as contas de quantas vezes deixei os vidros do carro abertos na rua. dia desses, três horas depois de chegar no trabalho, o guarda me ligou e pediu que fechasse os vidros - porque ia chover. deixei o carro com a chave na ignição às 23h em frente à uma farmácia na bom jesus.
coincidência? acho que não.
hoje, pensei que o milagre ia cair por terra. sexta-feira, abasteci o carro num posto br na protásio. como estava dura, coloquei 50 reais, paguei no redeshop, belezinha, fui pra vida.
corta.
cinco dias depois, estou adiantada para o trabalho, o que fazer? pus-me a limpar a bolsa. tirei todos os papeizinhos de dentro e deixei numa mesa lá em casa pra jogar no lixo.
corta.

no trabalho, toca o telefone:

- fala mãe
- clarissa, tu colocou gasolina no carro sexta?
- sim
- é que tu pagou 500 reais.
- ...
um zero a mais e eu tinha pago por gasolina suficiente para abastecer meu ônibus espacial e não meu pobre palio. me apavorei, saí do trabalho abanando as tranças, no caminho pensei em como resolver o problema, chorando, rastejando, implorando...?

estacionei calmamente, de óculos escuros, desci do carro pronta pra briga.

- mas eu estava só esperando a senhora!, grita o frentista, de braços abertos. e me dá os 450 reais em dinheiro.

obrigada, senhor, protetor dos boca-abertas.

literatura

1.5.07

ninguém me perguntou, mas li no blog da márcia (e olha a preguiça de lincar de novo, desculpaí, gente) uma corrente pra listar os cinco personagens da literatura que eu traçaria. esta corrente de mail é sensacional, dificilmente se repetirão os personagens, porque literatura, como a gente bem sabe, cada um imagina como quer.

como a márcia listou com maestria o povinho internacional, vou falar dos brasileiros, que, como todo mundo sabe, é o povo mais quente, que mais transa e que mais mente no mundo. Como eu leio muito, mas tenho memória de peixe dourado, listarei os 4 que me ocorrem.

1. Mandrake, de vários livros do Rubem Fonseca, como A Grande Arte. Detetive irônico, sexy, canalha e muito, muito inteligente. Meu tipo horrores.

2. Rodrigo Cambará, de O Tempo e o Vento, do Erico Veríssimo. Tanto o Capitão (sem a cara do Tarcísio Meira, thank you very much, globo) quanto o doutor, traçava certo. Os dois têm um jeito divertido e sem compromisso de encarar a vida, hedonistas (o doutor ainda carrega alguma culpa no coração, mas o capitão...) Sem contar que tenho uma tara por bombachas. Pronto, falei.

3. Vadinho, de Dona Flor e Seus Dois Maridos, do Jorge Amado. Eu já gostava dele antes de ser o José Wilker. Mas, quando ele virou o Edson Celulari, nossa, sem condições. Boêmio, jogador, seresteiro e galinha. Procura-se vivo ou morto.

4. Vasco, não o time, mas o primo da Clarissa, do Erico Veríssimo. Não queria repetir escritores, mas este entra por razões sentimentais. Além de ele ser idealista, forte, meio bicho-do-mato, passei a infância achando que o meu namorado teria esse nome. Pobre criança.