sauna oásis*

13.5.09

creio que não possa mais frequentar shows. aliás, do jeito que ando rabugenta, em breve não poderei mais frequentar nenhum lugar público, estou pensando em mudar o nome desse blog para "as pedradas". mas a verdade é que em shows se vê o pior e o melhor do ser humano.  o melhor é a linda catarse coletiva, onde todos se abraçam em comunhão. mas é só. 

porque tenho uma falta de sorte tremenda e invariavelmente fico perto, bem perto, do superfã. você o conhece. é aquele cara que sabe todas as letras da banda de cor. que canta de olhos fechados, a plenos pulmões, e não te deixa ouvir a banda. que toca air guitar, drums, teclado, oboé. ao mesmo tempo, se possível. que ergue os braços e lança olhares significativos para o palco, acompanhados de um meio sorriso, como se só ele entendesse o que o vocalista quer dizer naquele verso. 

ontem, no show do oasis, não seria diferente. esse cara estava personificado no homem mais magro que já vi. que cantava fazendo poses que imitam o liam gallagher, ou seja, posições bizarras que só ficam bem para o próprio liam (e olhe lá). ele tinha uma namorada muito participativa no começo. a moça fotografava e filmava as poses bisonhas. porém, ante o total descontrole do consorte, ela foi murchando, murchando. para a maria, ela começava a ficar com vergonha. imagino que deva ter piorado quando o rapaz tomou o controle dos braços dela e começou a tocar air drums de dupla. qualquer júri a absolveria se ela o matasse.

outra coisa que está ficando incontrolável é o desespero coletivo de fotografar a filmar. "eu no show do oasis" deve ter aparecido em 12 mil álbuns do orkut ontem perto da 1h, quando o pessoal conseguiu chegar em casa. as pessoas não olham mais para o show. elas querem que outras pessoas as vejam lá. e tome fotos. os que veem, o fazem através de um visorzinho de câmera digital, que filma numa qualidade pífia. mas eles terão aquele registro muito pessoal do show. tão pessoal que não dá pra ter a menor ideia de quem está no palco ou o que estão cantando, em função da baixa qualidade. mas isso não tem a menor importância. afinal, "a galera viu que eu tava lá". 

viram como estou rabugenta? agora eu queria contar que o show foi ótimo, que a qualidade do som foi muito boa, que as cadeiras do gigantinho são o melhor lugar de porto alegre para ver um show deste porte. que dá pra derrubar um chiclete e comer do chão do banheiro do gigantinho, de tão limpo que tava (atenção, eu não fiz isso, é só uma hipótese). mas não tenho a menor inspiração, gastei toda ali em cima. 

*não estava quente, mas eu queria TANTO fazer esse trocadilho. obrigada pai, mãe, amigos e professores. 

5 comentários:

Anna Martha disse...

De nada, gata. Também tinha a disciplina de "rabugentice" no Santa Inês?

Anônimo disse...

Não fui e não me arrependo. Que bom que tu te divertiu!

Bjs,
Rafa

EGS disse...

Maior post.

Confesso que muito fiz isso de ficar filmando tudo quando cheguei aqui. Depois comecou a me dar um vazio ao lembrar que eu nao tinha visto os shows direito e resolvi parar com essa putice.

Show eh pra ver com pelos olhos e nao pelo visor cagado.

Miu disse...

o show foi mto bom mesmo. se nas cadeiras não estava quente, na pista tava todo o calor q existia em porto alegre naquele momento. pessoas tirando foto e filmando não dá! por isso proibiram essas maquinas, mas não adiantou nada. cerca de 20% do show eu vi pelas câmeras das pessoas. mas pior q isso é gente mal educada, baixinha, querendo se meter onde não cabe um pentelho sequer. depois apanha não sabe pq. partilho totalmente da tua rabugentice, com felicidade e orgulho. hehe.

Joelma Terto disse...

MORTE AO SUPERFÃ