epopéia de fim de semana

14.10.08

há famílias que se unem na dor. outras, nos momentos felizes. há outras ainda, essas mais raras e chatas, que sempre são unidas, e estão só nas propagandas de margarina.

e há a minha, que se uniu no sábado, em torno de um bem comum. o assassinato de um rato.

não são freqüentes os ratos na minha casa. na verdade, eles (digo eles porque agora já foram dois) começaram a surgir há três anos, desde que a preta veio pra cá. suspeito que a ração seja a culpada, já que encontramos na toca do roedor um punhado equivalente a um belo prato de beneful (80 reais o pacote de 10 quilos, trata-se de um rato bem alimentado) e um OSSO (assim, já se pode ter uma idéia do tamanho do rato, não quero ilustrar esse post).

enfim, ficamos de tocaia, assim dispostos no quintal, onde o rato se localizava: meu pai com um pedaço de pau, minha mãe de vigília e eu e minha irmã de galochas (vá que o rato saltasse) do lado de dentro da cozinha e de porta fechada, apenas vigiando para o caso de o rato passar. a preta, que aparentemente se afeiçoou ao rato e convivia com ele há alguns dias sem caçá-lo, foi banida do pátio.

isso durou algumas dezenas de minutos de tensão. eis que minha irmã vê o rato descendo por uma parede e grita. minha mãe abandona o posto de vigília e sobe em uma mureta. meu pai tenta espancar o rato a pauladas e acaba conseguindo alcançá-lo, mas não a ponto de matá-lo. o rato se esconde no motor de máquina de lavar roupas. permaneço inútil e de galochas. sangue no quintal.

não há jeito de espantar o rato para fora da máquina. minha mãe dá a sentença impedosamente:

- liguem a máquina.

pior barulho do mundo. sangue escorre pelo chão. meu pai deita a máquina no pátio. finalmente vejo o rato. ou o que sobrou dele.

confesso que fiquei com pena. mas só depois de morto e colocado no lixo. e a máquina de lavar, depois de bem lavada, voltou a lavar.

9 comentários:

maria paula letti disse...

hahahahaha muito prudente de sua parte não colocar a foto. mas me manda por email, vai?!

Anna Martha disse...

MORRI. Recebemos essa visita indesejável há alguns meses. Descobrimos o local por onde ele entrava (graças a deus nunca passou da área de serviço), graças a minha cachorra (que não convivia com ele pacíficamente), trancamos a passagem e nunca mais ele nos visitou. Mas o meu consolo mesmo é que nunca vi, só o Filipe.

Anônimo disse...

morri muito...

nuncamais disse...

Melhor post.

Gin & Rum disse...

Este post poderia se chamar "Como fazer mousse de rato".

Espero que as lavanderias utilizem outros métodos para matar seus ratos.

Um drink. Sem ratos.

Rum.

Jor disse...

tô mal...achei excelente o post...

jor

the writer disse...

assassinos!!

tipo aquela historia da isabel e do passarinho.

tah bom, a da isabel eh pior.

Rodrigo Muzell disse...

que coisa afude

Alessandra disse...

foi um horror mesmo. não queria ter visto. mas pelo menos descobri utilidade pra galocha.