do gosto duvidoso

17.4.09

minha irmã menor, a camila, que hoje conta com quase 20 anos e não sei se ainda pode ser chamada de "menor", foi a um show nesta semana, com o namorado. caí na besteira de comentar isso no trabalho, quando alguém disse que o alexandre pires estava acabado. foi o que bastou para meu chefe concluir que meu gosto duvidoso para música vem de família, já que ele considera minha admiração incontida pelo roberto carlos de uma inacreditável vulgaridade.

como é de meu feitio me lançar na lama sem tampar o nariz apenas pelo prazer de manter a piada, corroborei gostoso com a tese, lembrando que a gabi, a irmã do meio, é fascinada pelo fábio jr., tendo, inclusive, ido a shows (para minha infelicidade, nunca fui em um concerto do rei, uma falha de caráter que espero resolver neste ano).

este preâmbulo musical na verdade só serve para dizer que já era de se esperar que uma fã de roberto carlos comprasse uma biografia que prometia sexo e escândalo entre marilyn monroe e jfk. pois graças ao meu gosto popularesco, pude ler uma obra que, se não é nenhuma maravilha literária, traz com uma riqueza de bastidor o romance entre os dois megafodões de uma era. provavelmente anos muito mais divertidos que os nossos, já que a melhor história de amor do planeta era um caso extraconjugal entre o presidente dos eua e a atriz mais gostosona, e não de um casal saído de propaganda de margarina, emblemas do politicamente correto e adotadores-de-bebês-africanos-compulsivos.

ok, na verdade, o livro - de autoria de François Forestier - é meio mal escrito (ou mal traduzido, vá saber). mas a história é tão saborosa que dá pra passar por cima deste detalhe. fico imaginando como seria nas mãos do rui castro, que fez a impecável biografia da carmem miranda, que aliás tem uma história bem parecida com a da loira, regada a muita anfetamina e problemas de relacionamento.

não quero ter a pretensão de fazer uma resenha (beijo, lari, essa foi pra ti, saudade), mas queria contar aos meus leitores, cujo gosto naturalmente refinado pode os impedir de cogitar esta possibilidade, que o livro vale a pena para um fim de semana de folga. certamente melhor que becky bloom ou coisa que o valha.

2 comentários:

RMM disse...

Clarissa, que saudades. Gostar de RC é uma questão de idade: eu detestava aos 20, passei a tolerar aos 40 e agora quase sessenta, quase gosto. Vai saber qual é a sua idade verdadeira! Sabe lá se não existe uma idade cósmica que seja diferente da cronológica!
Vai ver que é por isso que vc é tão sabida, ponderada, autocrítica ...
Beijão.

Larissa disse...

Hahahaha, ADOREI a menàge. Quero emprestado. Amo-te.