aquela... casada com o outro...

26.4.09

minha vida virou um grande jogo de imagem & ação. 

as conversas estão ficando impossíveis: fui num show no pepsi on stage. ah, é? qual? aquele... daquela banda... que tem uma mulher vocalista de cabelo ondulado. ahn... a joss stone? não, não, completamente diferente, é de rap, acho. ah... acho que sei. aquela...! que tem aquela música assim, tarãrãrã. ... ah! black eyed peas!

e assim andamos uma casa e joga-se o dado de novo.

não é velhice, é genética. meu pai é assim há anos, muito antes de estar próximo dos 60. é, literalmente, uma herança. ele também vê conhecidos e semelhanças onde não existem, no que também me identifico sobremaneira. e não vem só do pai. a mãe é piada em casa por causa d' O homem. o homem é fonte de todas as informações que a mãe divide conosco. "o homem disse que a gripe suína já matou uns quantos." o futuro não me parece muito promissor. 

(e falando em literalmente, li no twitter do eduardo lorea - um dos que eu vou apontar um dia (se eu ainda lembrar) quando estiver lendo jornal no asilo padre cacique e dizer "esse foi meu estagiário" e nenhum outro velhinho vai acreditar (ou ouvir) - que neste blog que me parece que é dele há um tratado sobre o uso figurado do literalmente. vale a pena.)

mais livro...

19.4.09

... no melhor aos 30. vai , vai.

do gosto duvidoso

17.4.09

minha irmã menor, a camila, que hoje conta com quase 20 anos e não sei se ainda pode ser chamada de "menor", foi a um show nesta semana, com o namorado. caí na besteira de comentar isso no trabalho, quando alguém disse que o alexandre pires estava acabado. foi o que bastou para meu chefe concluir que meu gosto duvidoso para música vem de família, já que ele considera minha admiração incontida pelo roberto carlos de uma inacreditável vulgaridade.

como é de meu feitio me lançar na lama sem tampar o nariz apenas pelo prazer de manter a piada, corroborei gostoso com a tese, lembrando que a gabi, a irmã do meio, é fascinada pelo fábio jr., tendo, inclusive, ido a shows (para minha infelicidade, nunca fui em um concerto do rei, uma falha de caráter que espero resolver neste ano).

este preâmbulo musical na verdade só serve para dizer que já era de se esperar que uma fã de roberto carlos comprasse uma biografia que prometia sexo e escândalo entre marilyn monroe e jfk. pois graças ao meu gosto popularesco, pude ler uma obra que, se não é nenhuma maravilha literária, traz com uma riqueza de bastidor o romance entre os dois megafodões de uma era. provavelmente anos muito mais divertidos que os nossos, já que a melhor história de amor do planeta era um caso extraconjugal entre o presidente dos eua e a atriz mais gostosona, e não de um casal saído de propaganda de margarina, emblemas do politicamente correto e adotadores-de-bebês-africanos-compulsivos.

ok, na verdade, o livro - de autoria de François Forestier - é meio mal escrito (ou mal traduzido, vá saber). mas a história é tão saborosa que dá pra passar por cima deste detalhe. fico imaginando como seria nas mãos do rui castro, que fez a impecável biografia da carmem miranda, que aliás tem uma história bem parecida com a da loira, regada a muita anfetamina e problemas de relacionamento.

não quero ter a pretensão de fazer uma resenha (beijo, lari, essa foi pra ti, saudade), mas queria contar aos meus leitores, cujo gosto naturalmente refinado pode os impedir de cogitar esta possibilidade, que o livro vale a pena para um fim de semana de folga. certamente melhor que becky bloom ou coisa que o valha.