ocorre que agora estou tomando três remédios diferentes por conta de uma infecção no dente por puro espírito de "amanhã eu resolvo".
há coisa de uns 15 dias, parte de uma obturação caiu. não dei atenção, e dois ou três dias depois, começou a doer de um jeito que só um dente é capaz. numa sexta-feira, 19h, fui num dentista 24 horas, que abriu o dente depois de cinco anestesias, colocou um medicamento tópico e um algodãozinho e disse: "segunda-feira marca uma consulta pra fechar esse dente".
só que esse pequenino procedimento fez com que a dor parasse. resultado: de demanda urgente, passou a pouco urgente. eu só ia trocando o algodão quando escovava os dentes para fechar o buraco e pensava "bá, tenho que ver isso".
aí, de novo, nesta sexta-feira, saio de um almoço quase que comemorativo com um amigo quando, esperando pelo carro no estacionamento, saco de um chiclete e mastigo. ele deve ter encostado em algum lugar macabro, porque o dente e arredores começaram a pulsar como um coração apaixonado.
por motivos óbvios de vergonha e humilhação, não quis ir ao mesmo dentista que abriu o buraco - não precisava levar um sermão ainda por cima. então, fui em um na benjamim constant que atende emergências. fechado. sigo mais adiante na cristóvão, não havia mais nada. volto para a assis brasil, paro no primeiro que encontro: só trabalham com aparelhos ortodônticos.
nessa altura, duas horas depois da primeira fisgada, já estava considerando a hipótese de pedir a um transeunte que me desse um murro bem colocado no rosto, para que, se o dente não caísse, pelo menos eu desmaiasse. aí, me ocorreu uma clinicazinha na joão pessoa, bem pertinho do JC, entre um mercadinho e um brique, à primeira vista não muito animadora.
mas a dra. paula, um amor de dentista, examinou, constatou que a minha preguiça e relaxamento se transformaram em uma infecção e um tratamento de canal e começou os trabalhos imediatamente, tirando com a mão a dor e me dando este tanto de remédios para tomar. porém, com a consulta já marcada para segunda-feira, 13h30, sem chances de procrastinação.
a lição? só veio à noite, quando, em um tradicional aniversário regado a chope de primeira de um diletíssimo amigo, bebi meio litro de coca-cola.